Das Agências
De São Paulo e do Rio
Após alguns meses de negociações, as Bolsas de Valores de São Paulo e do Rio de Janeiro devem fechar até o final deste mês o protocolo de intenções que iniciará o seu processo de fusão. O mercado espera que a data-limite seja 29 de janeiro, quando o presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Francisco Costa e Silva, um dos patrocinadores da idéia, deixará o cargo.
Depois da assinatura do protocolo, a expectativa é que o projeto se concretize em um prazo de 45 dias a dois meses. A fusão deve incluir também as outras sete bolsas do país: a Bolsa Regional (Rio Grande do Norte até Amazonas); Pernambuco e Paraíba; Bahia, Alagoas e Sergipe; Minas Gerais, Brasília e Espírito Santo; Santos; Extremo Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina e Paraná).
Analistas do mercado dizem que a unificação das bolsas deve reduzir a burocracia e os custos nas operações, o que tende a aumentar o número de negócios. Pela proposta, as corretoras do Rio tornam-se membros da Bovespa e vice-versa, tanto no mercado acionário quanto no de títulos públicos. Isso significará, por exemplo, que mais corretoras poderão ter representantes no mercado de viva-voz. A Bovespa representa hoje 95% do mercado acionário do país. A do Rio, cerca de 4%. A Bovespa faria um split (divisão) dos seus títulos em 12 novos títulos.
A quantidade de títulos que cada membro teria direito estaria condicionada à região, onde Rio e São Paulo teriam direito de ficar com até quatro títulos patrimoniais da Bovespa. A Câmara Brasileira de Custódia e Liquidação (CBLC) compraria alguns títulos da praça paulista, que seriam dados para os corretores do Rio em troca da Câmara de Liquidação e Custódia (CLC). Por sua vez, a BVRJ faria um desdobramento dos seus títulos, que seriam comprados pelas corretoras paulistas.