O Sescap-Ldr (Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região) realizou na quarta-feira o "5º Bolo Tributário" no Calçadão de Londrina (em frente ao Banco do Brasil). A atividade teve como objetivo mostrar para população o quanto se paga de tributos no Brasil, como esse recurso deveria ser aplicado, ao mesmo tempo, chamar a atenção da população e autoridades para a elevada carga tributária, e também destacar o Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte. Foi exposta uma relação de produtos com os percentuais de impostos que incidem sobre cada um deles.

Imagem ilustrativa da imagem Bolo Tributário informa a população sobre a carga de impostos no Brasil
| Foto: Gustavo Carneiro

Marcelo Odetto Esquiante, presidente do Sescap-Ldr afirmou que a atividade quer conscientizar a população sobre quanto ela paga de impostos sobre os produtos que consome. “Muita gente acha que não paga imposto e só acha que a tributação só ocorre pelo IRPF (Imposto de Renda sobre Pessoa Física), no entanto todos os produtos que a gente consome tem um percentual de imposto embutido. A conta de luz, por exemplo, 48,28% do que a gente paga é imposto. Na aquisição da cesta básica quase 20% é imposto.”, declarou Esquiante.

Ele relatou que muita gente não tinha noção disso. “Foi engraçado um episódio, pois quando colocamos a prateleira com os produtos e com o percentual de impostos, tinha um vidro de perfume e uma senhora perguntou se estávamos vendendo perfume. Quando falamos que não e que estávamos mostrando quanto cada produto tem de imposto embutido, ela falou que não paga imposto. Ela achava que não paga nada, porque não declara o IRPF.” O perfume importado paga 78,99% de imposto e o nacional paga 69,13%. “Muita gente falou que não paga imposto, mas isso não é real.” Ele exemplificou que as bebidas alcoólicas, por exemplo, estão entre os produtos que mais pagam impostos. A cachaça paga 81,7% de imposto sobre o valor final do produto. O chope paga 62,20%. O vinho importado paga 59,73% e a cerveja paga 42,69%. “Por ser supérfluo, o imposto é maior. Mas alguns itens básicos possuem uma alta carga tributária. Materiais escolares, por exemplo, possuem itens como o papel sulfite que possui 37,77% de carga tributária. A caneta tem uma carga tributária de 49,95%. Essa taxação também ocorre nos produtos de maior necessidade como o feijão, que paga 17,24% de imposto, o açúcar possui carga de 30,6% de tributos e o pão francês paga 16,86%. A máscara que usamos durante a pandemia 30,16% de imposto”, ressaltou.

Imagem ilustrativa da imagem Bolo Tributário informa a população sobre a carga de impostos no Brasil

Durante a atividade o Sescap-Ldr colocou visível o impostômetro, elaborado pela Associação Comercial de São Paulo. “Do dia 1º de janeiro até o momento que estávamos lá no Calçadão o governo havia arrecadado mais de R$ 1,159 trilhão, ou seja, a cada 12 segundos o governo arrecada R$ 1 milhão. Várias pessoas se assustaram com o número. No próprio site do Impostômetro (https://impostometro.com.br/) tem a tabela com a relação dos percentuais de cada produto e de quanto é arrecadado com esses impostos em tempo real. Tem a listagem por vários segmentos.”, expôs.

Ele ressaltou que em termos do retorno em serviços para a população desse montante arrecadado, o Brasil está na 30ª posição. No ranking dos Países em que os impostos trazem mais bem-estar à sociedade, em primeiro lugar está a Irlanda, seguido pelos Estados Unidos, Suiça, Coréia do Sul, Austrália, Japão, Canadá e Israel.

Questionado sobre o balanço dos cinco anos em que o Bolo Tributário foi realizado pelo Sescap-Ldr, ele afirmou querer que a ação desse mais resultado. “A atividade é realizada no Brasil inteiro pelas Sescaps e pela Sescons (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis).” Sobre o baixo interesse, ele afirma que a população tem culpa nisso, porque muitos acham que esse tributo não afeta o seu cotidiano e não tem nada a ver com isso. “Gostaria que essa queixa dos altos impostos chegasse aos governantes. O País precisa de uma reforma tributária, mas a última tentativa que cogitaram realizar iria aumentar ainda mais os impostos. Na última hora eles sempre acabam inventando algo para desfocar da reforma”, ressaltou.

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