Black Friday exige atenção na hora de realizar compras online
Pessoas se passando por outras, sites de lojas clonados e vendas falsas por redes sociais são as estratégias mais utilizadas por golpistas
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Pessoas se passando por outras, sites de lojas clonados e vendas falsas por redes sociais são as estratégias mais utilizadas por golpistas
Maria Tereza Nascimento - Estagiária
As vendas on-line devem movimentar R$ 205,11 bilhões até o fim de 2024, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). A estimativa é de 418,6 milhões de pedidos, realizados por cerca de 91 milhões de consumidores. A expectativa reflete o comportamento típico do fim de ano, marcado por promoções como Black Friday e Natal, que impulsionam o consumo digital.
O aquecimento do e-commerce, principalmente nesta época do ano, tende a atrair golpistas e, se compradores não estiverem em alerta, correm o risco de serem vítimas de links falsos, sites clonados e promoções fraudulentas.
Um estudo realizado pela Branddi, empresa de proteção de marcas, aponta que mais de mil sites fraudulentos foram detectados já no mês de outubro. O número é três vezes maior do que o levantamento de 2023. O estudo também revelou que, no mesmo mês, mais de 3 mil ações golpistas com sites e anúncios falsos foram identificadas. Os maiores segmentos impactados são as áreas de moda e vestuário (30,2%), e-commerce e marketplaces (25,1%) e suplementos (14,3%).
De acordo com Mário Gama, Líder de Prática de Segurança Cibernética da SoftwareOne, as estratégias que mais trazem prejuízo e estão presentes na internet em larga escala são o phishing (envio de mensagens se passando por outra pessoa) e sites de lojas falsas. Além desses, ele também ressalta que as vendas feitas por pessoas físicas direto pelas redes sociais podem ser suspeitas. “O vendedor pode apresentar uma oportunidade imperdível - como de algum item usado -, por um preço muito abaixo do valor de mercado. Quando vinculado a uma plataforma de vendas, eles tentam induzir a fazer pagamentos por fora, para justamente burlar a segurança existente. Por isso, os consumidores devem ter atenção às promoções que parecem boas demais, ou àquelas em que se é recomendado não contar para ninguém”, alerta.
O especialista ainda pontua que promoções ditas como “imperdíveis” e notificações de confirmação de compras não realizadas são algumas das abordagens mais comuns.
COMO SE PROTEGER?
Para quem deseja fazer compras on-line com segurança, o profissional traz orientações de como verificar se um site é realmente confiável. “O primeiro passo é o mais tradicional: olhar o cadeado na barra de pesquisa. Este cadeado significa que a comunicação está protegida entre seu dispositivo e o servidor da loja”. Outros aspectos também devem ser levados em consideração, como a digitação correta do nome da loja e a reputação da empresa em sites de avaliação. “Uma dica bônus é realizar compras e transações financeiras com dados sigilosos apenas a partir de redes de conexão confiáveis e conhecidas, como o Wi-Fi de casa. Não é recomendado utilizar rede aberta de praças públicas para este tipo de transação”, complementa.
Mesmo que a compra seja feita em um site confiável, a escolha do tipo de pagamento também pode acrescentar uma segurança para o consumidor. “O cartão de crédito pode ser considerado um modelo mais seguro por permitir contestar a compra em caso de um incidente, enquanto transações à vista podem ser mais difíceis de recuperar”, justifica Gama.
No caso de realizar o pagamento por boleto, o especialista orienta que eles devem ser gerados no site oficial da loja e conter o nome do estabelecimento ou vendedor no portal do banco, quando o pagamento for efetivado.
O GOLPE ALÉM DO PREJUÍZO FINANCEIRO
Embora golpistas estejam interessados em adquirir vantagem financeira de imediato, alguns tentam contato com o objetivo de obter cópias de documentos para empréstimos ou compras fraudulentas futuras. “É comum, por exemplo, eles realizarem ligações se passando por funcionários de bancos e instituições financeiras e, ao atender este tipo de chamado, a vítima é induzida a passar seus dados bancários para que os criminosos tentem tomar posse de sua conta corrente ou fazer algum empréstimo”, explica.
Para evitar situações como essa, o profissional aconselha ter atenção sempre que pedirem senhas, CPF, dados bancários ou informações de últimas compras. No caso de contato feito por meio eletrônico, é preciso verificar se o acesso foi feito direto pelo site da empresa ou por links externos enviados por outros canais. “Não é recomendado confiar em SMS, e-mail, WhatsApp e outros canais de comunicação que não venham a partir da página oficial da empresa”, reforça.
O QUE FAZER?
Se ocorrer uma situação em que o comprador seja vítima de um golpe, Gama orienta que o importante é não entrar em pânico. O correto a se fazer é organizar as documentações que levaram o cliente a cair no golpe (e-mail, SMS e site) e verificar se é possível cancelar a compra pelo meio de pagamento ou banco. “Assim que possível, notifique as autoridades e a loja verdadeira que você acreditava que estava comprando. Caso se trate de alguma rede social de amigos ou parentes que foi invadida, auxilie notificando sua rede e também a plataforma de redes sociais”, orienta.