BC mantém juro básico em 19% ao ano
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2000
Agência Folha
De Brasília
O Banco Central confirmou as expectativas do mercado financeiro e manteve inalterados em 19% anuais os juros básicos da economia, sem indicação de tendência de baixa da taxa. A exemplo das duas reuniões anteriores, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu não impor nenhum viés à taxa, de alta ou de baixa.
Isso significa que os juros básicos se mantêm em 19% anuais pelo menos até a próxima reunião do Copom, que ocorre nos próximos dias 15 e 16 de fevereiro. O diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, limitou-se a afirmar que a taxa de 19% anuais, sem viés, é a mais adequada, tomando como base a tendência da inflação. Ele disse que a opinião do Copom só será expressa na ata da reunião, que deve ser divulgada na próxima quinta-feira. Antes, o documento era divulgado apenas 15 dias após a reunião. A manutenção dos juros significa que não há grande folga para o cumprimento da meta de inflação de 6% para 2000 e de 4% para 2001. Desde a adoção do regime de câmbio flutuante, em janeiro de 1999, o controle da inflação passou a ser o principal objetivo da política de juros. Analistas do mercado financeiro já apostavam em uma postura conservadora do Copom, apontando uma alta mais forte dos juros norte-americanos como um dos riscos para o cumprimento das metas de inflação. O relatório de inflação divulgado em dezembro pelo BC trabalhava com a hipótese de os juros norte-americanos serem elevados em 0,75 ponto percentual nos três primeiros trimestres de 2000. Mas o mercado passou a especular sobre a possibilidade de haver um aumento de 0,5 ponto percentual já na reunião do BC dos Estados Unidos de fevereiro.
O Copom influencia os juros básicos da economia fixando metas para a chamada taxa Selic (média dos negócios de um dia com títulos federais). Essa é considerada a taxa básica porque é usada pelos bancos. Com base nela, os bancos determinam a remuneração de depósitos a prazo, como CDBs, e os juros de empréstimos, como capital de giro, cheque especial e cartão de crédito.