Bancos discutem atendimento em audiência do Procon em Cascavel
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 18 de outubro de 2001
Gilmar Agassi<br> De Cascavel
A Procuradoria do Consumidor (Procon) de Cascavel promoveu ontem na sala de reuniões da prefeitura municipal uma audiência pública para discutir meios de resolver os problemas existentes nas agências bancárias, principalmente os relacionados ao tempo de permanência dos clientes nas filas. O encontro contou com a participação de representantes de bancos, do Sindicato dos Bancários e da comunidade.
Durante a audiência, os representantes de bancos, formados em sua maioria por gerentes, tiveram a oportunidade de esclarecer os motivos da existência das longas filas. Segundo eles, os clientes não estão habituados com o horário atual de atendimento, das 9 às 14 horas, e isso tem causado transtornos nas agências, que possuem poucos funcionários para atender toda demanda. ''O congestionamento maior é na hora do almoço'', explica o gerente de mercado da Caixa, Luiz Sardi.
O coordenador do Procon, Pascoal Muzelli Neto, ressaltou que diariamente o órgão recebe reclamações de clientes. Ele completa que algumas pessoas relataram ter ficado durante quatro horas na fila do banco. ''Temos dois grandes problemas. Um é o tempo de permanência nas filas e o outro é a falta de estrutura dos bancos'', observa.
Pascoal lembrou aos presentes na audiência da existência de uma lei municipal que condiciona a 20 minutos o tempo de permanência nas filas em dias normais, e 30 minutos em vésperas de feriado. Apesar disso, a lei nunca foi respeitada em Cascavel. ''Para nossa surpresa a maioria concordou com o tempo estipulado na lei. Eles disseram que o problema aumenta apenas em dias de pagamentos e pediram uma maior flexibilidade'', informa.
Ao final da reunião ficou acertado que o Procon, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Cascavel e Região, irá definir a minuta de uma Convenção Coletiva de Consumo que deverá ser assinada pelos bancos na próxima audiência que ocorrerá dentro de 20 dias. ''As agências que desrespeitarem a Convenção poderão ser autuadas em até R$ 3 milhões'', ameaçou o coordenador do Procon.