Em 2012, Londrina tinha 144 agências e PABs (Postos de Atendimento Bancário) e 2.389 profissionais atuando nesses locais. Em 2022, o número de agências caiu para 130, uma redução de 9%, mas a quantidade de bancários sofreu uma retração de 23%, somando 1.839 trabalhadores. O levantamento é do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, que nesta segunda-feira (24) realizou uma mobilização em frente ao Bradesco localizado na esquina das ruas Minas Gerais e Santa Catarina (Centro) para denunciar a tentativa de precarização do serviço prestado pela instituição financeira aos clientes e usuários. A ação não interrompeu as atividades da agência, que seguiu funcionando normalmente.

Nos últimos 30 dias, o Bradesco fechou cinco agências na região, sendo três em Londrina, uma em Cambé e uma em Uraí. Além da queda da qualidade do atendimento prestado ao cliente, o que dificulta e aumenta as filas nas agências, o Sindicato dos Bancários teme pela redução dos postos de trabalho. “Com o fechamento, as agências são unificadas e os cargos se sobrepõem. Uma agência que tem quatro caixas, quando fecha e se une à outra, não vai ficar com oito caixas. Nenhuma agência trabalha com dois gerentes gerais. Essas pessoas vão ser demitidas”, afirmou o presidente do sindicato, Felipe de Albuquerque Pacheco.

As agências fechadas em Londrina ficavam na avenida Higienópolis, na avenida Tiradentes e na rotatória da avenida Maringá com a rua Goiás. Em Cambé, encerrou as atividades a agência localizada no jardim Santo Amaro, e em Uraí, a unidade que fechou era a única mantida pelo Bradesco no município.

Segundo ele, as demissões ainda não aconteceram porque os bancos evitam os possíveis arranhões em sua imagem que uma demissão em massa provoca, mas a dispensa dos trabalhadores deve acontecer aos poucos. “Os bancos investem milhões para construir a sua imagem, mas não negocia. O Bradesco disse, recentemente, em mesa de negociação, que não dá garantia de emprego. Então, você pode imaginar como é o clima dentro da agência, os profissionais trabalhando, sabendo que tem três pessoas disputando a mesma vaga. Dois vão ser demitidos. Isso impacta a saúde emocional e tantas outras coisas”, destacou Pacheco.

A prática de unificar agências tem sido uma constante no Bradesco e no Itaú, ressaltou o sindicalista, duas das instituições financeiras que há anos figuram na lista das que mais lucram no setor no país. “Aproveitaram a pandemia para enxugar sua rede de atendimento e agora, o banco está adequando como se a gente estivesse no mesmo cenário, o que não é o caso. O Bradesco, especificamente, está fazendo um movimento nacional de redução da rede de atendimento. Aconteceu no Brasil inteiro”, expos Pacheco. “Estamos panfletando, fazendo denúncias nas agências para trazer o Bradesco para uma negociação. Eles querem forçar os clientes a usarem os caixas eletrônicos e que paguem tudo pelo aplicativo, mas isso é uma opção que o cliente tem que fazer, não ser forçado porque precariza o atendimento e acaba com o nosso trabalho.”

A reportagem não conseguiu contato com o Bradesco e o Itaú e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) não respondeu.