Com superávit de US$ 288 milhões, o Paraná fechou março com forte crescimento na atividade de comércio exterior. Mais de 50% do saldo acumulado da balança comercial paranaense, no primeiro trimestre de 2023, de US$ 569 milhões, foi alcançado neste terceiro mês.

O resultado foi obtido devido à alta de 13% nas exportações, na comparação com março do ano passado, que somaram US$ 2 bilhões. No ano, as vendas de produtos do estado para fora do país já contabilizam US$ 5,1 bilhões, com alta de 12% frente ao que foi obtido no mesmo período de 2022.

Com este desempenho, o Paraná figura na quinta colocação no ranking nacional de exportações, representando mais de 6% de tudo que o Brasil vendeu externamente. No Sul, o estado é o maior exportador, sendo responsável por 42% de tudo que a região negociou no mercado internacional.

A redução de 4,8% nas importações também contribuiu para o superávit mensal. As compras de materiais importados chegaram a US$ 1,7 bilhão. No acumulado de janeiro a março, são US$ 4,5 bilhões em produtos adquiridos, 3,8% menos do que foi obtido no mesmo intervalo do ano anterior. O Paraná é o quarto maior importador do país (7,8% do total) e o segundo do Sul, superado por Santa Catarina, respondendo por 31% das compras vindas de outros países.

Mercados

Em março, a economia paranaense exportou mercadorias e serviços para 175 países. Aproximadamente 43% das vendas estão concentradas em cinco países. O destaque é a China, para onde foram mais de 21% das mercadorias negociadas no mês. A Argentina foi o segundo destino (9%), seguida por Estados Unidos (6%), México (4%) e Japão (3%).

No trimestre, a China também é o principal mercado dos produtos paranaenses, tendo negociado US$ 779 milhões com o estado. Porém, as vendas diminuíram 17% na comparação com o mesmo período de 2022. A Argentina vem na sequência, com US$ 387 milhões e alta de 47% nas vendas. Em seguida aparecem Estados Unidos (US$ 341 milhões e queda de 17%), Japão (US$ 238 milhões e alta de 173%) e México (US$ 221 milhões e 39% de crescimento).

Já em relação aos fornecedores mundiais de março, ocorreram negociações com 107 países. Os cinco principais representam, aproximadamente, 54% do valor total da pauta mensal. A economia chinesa é o destaque, responsável por 18% do total vendido ao Paraná. Depois vêm Estados Unidos (11%), Rússia (10%), Argentina (9%) e Alemanha (6%).

No acumulado dos três primeiros meses do ano, a China mantém a liderança nas importações, tendo negociado US$ 939 milhões com o estado, porém com redução de 38% em relação ao que foi adquirido no mesmo período do ano passado. Estados Unidos, que também vendeu 25% menos ao Paraná, teve US$ 434 milhões negociados de janeiro a março. Em seguida, aparecem Argentina (US$ 312 milhões e aumento de 124%), Rússia (US$ 295 milhões e alta de 77%) e Alemanha (US$ 249 milhões e alta de 33%).

Produtos e atividades industriais

Os itens mais vendidos pelo estado em março foram soja (28% do total), carnes (20%), material de transporte (9%), madeira (6%) e cereais (5%). Estes cinco itens juntos representam 69% do total exportado no mês. No ano, a lista não muda muito. Produtos do complexo soja continuam liderando o ranking, porém, há uma redução de 9% em relação ao que foi vendido pelo Paraná no primeiro trimestre de 2022. Carnes cresceram 22%, assim como material de transporte (+26%) e cereais (+382%). Madeira (-36%) e produtos mecânicos (+35%) fecham a lista.

Produtos químicos lideraram as importações em março, respondendo por 28% da pauta. Depois aparecem petróleo (16,5%), material de transporte (16%), produtos mecânicos (10%) e materiais elétricos e eletrônicos (5%). Estes cinco itens representam 76% de tudo que o estado comprou de fora no mês. No acumulado de 2023, embora ainda seja o item mais adquirido pelo Paraná, há registro de diminuição nas importações de produtos químicos (-24%). Na sequência vêm material de transporte (+43%), petróleo e derivados (+43%), mecânica (-10%) e materiais elétricos e eletrônicos (-56%).

Na avaliação mensal por atividade da indústria de transformação, o segmento alimentício lidera as exportações paranaenses com 37% do total vendido para fora. Na sequência aparecem o segmento automotivo (10%), celulose e papel (8%), madeira (6%) e máquinas e equipamentos (4%).

O analista de Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, avalia que a taxa de câmbio contribuiu para o resultado de março no Paraná. O valor foi de R$ 5,2115 por dólar, uma desvalorização da moeda brasileira de 0,77%, na comparação com o mês anterior, e de 4,89%, em relação ao mesmo mês do ano passado. “Este comportamento é favorável às exportações porque a mercadoria paranaense fica mais competitiva para ser negociada lá fora”, explica.

Outro fator positivo foi a divulgação do crescimento do PIB chinês acima do esperado. “Após o fim das políticas restritivas contra a Covid 19 no país, o consumo neste mercado deve aumentar. Sendo a China um dos principais parceiros do Paraná, o cenário fica mais favorável para os próximos meses”, reforça Felippe. O economista também aponta que a perspectiva de investimentos no Brasil para 2023, divulgada pelo Banco Central, em torno de US$ 80 bilhões, é um fator positivo. “Se essas projeções se confirmarem, os investimentos contribuem com o aumento na produção industrial e na maior geração de emprego e renda no país”, conclui.(Com Agência Fiep)