SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A companhia aérea Azul enviou nesta quarta-feira (25) uma proposta ao sindicato dos aeronautas (pilotos e passageiros) de acordo coletivo que prevê a redução de 15% dos salários-base dos seus funcionários em meio à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Até terça-feira (24), a empresa era a única das três maiores do setor que não buscava reduzir os salários. Gol e Latam propuseram reduções de até 50% da parcela fixa paga aos trabalhadores, o que, segundo o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) acarretaria em uma queda de até 80% na remuneração dos profissionais.

A proposta da Azul, à qual a reportagem teve acesso, também prevê o adiamento dos pagamentos de PLR (participação nos lucros e resultados).

A aérea, que tem cerca de 14 mil funcionários, teve a adesão de mais de 7.500 deles a seu plano de licenças não remuneradas.

Segundo representantes de aeronautas ouvidos pela reportagem, a proposta pegou os sindicatos de surpresa e foi mal recebida pela categoria. Isso porque a adesão expressiva às licenças teria sido apresentado pela Azul como uma alternativa a reduções salariais e demissões.

Procurada, a Azul afirmou em nota que está tomando medidas para preservar o emprego de todos os seus funcionários, mas não explica porque quer reduzir os salários mesmo com metade de seus empregados em licença sem receber.