Atividade industrial mantém tendência de queda em 2022, aponta CNI
Com índices baixos na produção, na utilização da capacidade industrial e nos empregos, expectativa dos empresários estão mais moderadas
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Com índices baixos na produção, na utilização da capacidade industrial e nos empregos, expectativa dos empresários estão mais moderadas
Reportagem local

A utilização da capacidade instalada das indústrias brasileiras, a produção e os níveis de emprego recuaram na passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022, indicando a continuidade da tendência de desaceleração no setor, observada ao longo do segundo semestre do ano passado. Os dados da evolução da atividade industrial foram apresentados nesta terça-feira (15), na Sondagem Industrial, pesquisa mensal realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O estudo aponta que a produção industrial caiu em janeiro de 2022 na comparação com dezembro de 2021. O índice de evolução da produção manteve-se em 43,1 pontos, abaixo da linha divisória entre queda e crescimento da produção. Em janeiro, o índice foi praticamente o mesmo observado em dezembro de 2021, reforçando a tendência de queda da produção industrial.
O nível de empregos no setor também recuou no primeiro mês de 2022 ante o mês imediatamente anterior. A evolução do número de empregados na indústria alcançou 48,8 pontos no mês passado, o que representa queda do número de trabalhadores, uma vez que o índice ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos que separa o recuo da alta do emprego.
Quando avaliada a UCI (Utilização da Capacidade Industrial), a pesquisa de sondagem computou 67%, o que corresponde a uma redução de um ponto percentual de dezembro para janeiro. Pelo segundo mês consecutivo, houve queda da UCI, mas na comparação com igual mês de 2021, o recuo foi maior, de dois pontos percentuais, quando ficou em 69%.
Houve diminuição ainda no indicador de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual, que ficou em 41,4 pontos, 2,2 abaixo do resultado da medição feita em dezembro de 2021. Essa pontuação também foi a menor para o mês nos últimos cinco anos.
O índice do nível de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 49,9 pontos em janeiro, o que significa que o estoque efetivo se encontra praticamente no nível planejado pelas empresas. Desde outubro de 2021, os resultados desse índice vêm ficando próximos aos 50 pontos, ou seja, há quatro meses que o nível de estoques se encontra próximo do planejado pelo empresário. A evolução do nível de estoques foi de 49,4 pontos, pouco abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que aponta uma pequena queda dos estoques em relação a dezembro de 2021.
EXPECTATIVAS
Diante desse cenário, as expectativas do setor para fevereiro de 2022 seguem positivas, embora mais moderadas do que em anos anteriores. As projeções dos empresários indicam resultados acima da linha de 50 pontos em todos os resultados, o que demonstra uma aposta no crescimento nos próximos seis meses. Mas as mesmas projeções calculam os menores índices em relação aos meses de fevereiro de anos recentes.
Gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo destacou que os indicadores da sondagem mostram a continuidade da tendência de recuo que havia sido observada no início de 2021 e que havia se intensificado no final do ano passado. “Produção, número de empregados e utilização da capacidade industrial, tudo caiu na passagem de dezembro para janeiro. Mas teve estabilidade nos estoques, o que é muito importante, pois as indústrias haviam enfrentado um longo período de estoques muito baixos e é uma estabilidade que já vem de alguns meses e continuou em janeiro”, avaliou ele, reforçando que embora as expectativas estejam mais modestas do que no início de outros anos, os empresários do setor acreditam no aumento de investimentos, no crescimento da demanda, das contratações e também das exportações.
A pesquisa da CNI foi realizada entre os dias 1 e 10 de fevereiro e foram ouvidas, no total, 1.806 empresas, sendo 760 de pequeno porte, 625 de médio porte e 421 de grande porte.
CONTRAMÃO
A CNI não divulgou os resultados separados por estados, apenas nacionais. Os dados levantados pela confederação vão na contramão do que apontou recentemente a pesquisa de produção industrial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para a indústria paranaense. Divulgado no último dia 9, o estudo indicou crescimento de 9% na produção do setor no estado em 2021, o melhor resultado em dez anos. No ranking nacional, o Paraná ficou com a terceira melhor colocação, abaixo apenas de Santa Catarina (10,3%) e de Minas Gerais (9,8%).
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