Em carta enviada ao prefeito Marcelo Belinati na última sexta-feira (5), o presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), Glauco Humai, pede a volta do funcionamento das operações de alimentação de shopping centers. Para ele, "inexistem motivos para se dispensar um tratamento privilegiado aos estabelecimentos de alimentação da rua, em detrimento dos lojistas inseridos em shopping centers".

"De fato, os shoppings oferecem estrutura muito mais adequada, na perspectiva sanitária, que a disponibilizada pelo comércio de rua", continua o documento.

Os shopping centers ficaram fechados por mais de um mês devido à pandemia do coronavírus. No dia 8 de maio, as lojas puderam reabrir em horário diferenciado, mas as praças de alimentação tiveram de permanecer fechadas, funcionando apenas em sistema de delivery.

O presidente da Abrasce argumenta que, ao contrário da rua, os shopping centers permitem controlar a formação de aglomerações e garantir o cumprimento de medidas de higienização e sanitização determinados pelas autoridades.

A carta endereçada ao prefeito de Londrina detalha um protocolo de operações adotado pelos shoppings para a abertura, com a validação de consultoria técnica do Hospital Sírio-Libanês, como o uso de máscaras pelos funcionários do shopping e dos lojistas; uso de máscaras pelos consumidores e frequentadores; realização de controle de acesso de clientes, estabelecendo distanciamento mínimo entre pessoas, com proibição de formação de filas ou, se necessário, com demarcações e sinalizações no piso; higienização, desinfecção e limpeza constantes dos ambientes comuns.

Para Humai, o fato de os shopping centers serem espaços fechados também não justifica a autorização do funcionamento dos estabelecimentos de alimentação de rua e não daqueles situados nos centros de compras. "(...) Como é óbvio, as lojas do comércio de rua também são fechadas e com condicionamento de ar, tendo, em regra, condições sanitárias longe daquelas ostentadas pelos shoppings, reconhecidamente mais propícias ao recebimento de pessoas com a devida segurança."

Em coletiva de imprensa pela manhã desta terça-feira (9), o prefeito Marcelo Belinati afirmou que a proposta de os restaurantes dos shopping centers reabrirem somente no sistema de "take away" (comprar e levar) constava no plano de retorno das atividades elaborado pelos próprios shoppings. Disse também que, particularmente, não vê problema na reabertura desses estabelecimentos, desde que obedecendo as regras de distanciamento e higiene. Porém, caberá ao Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública) avaliar a questão. "Parece que ontem (segunda-feira) eles (shopping centers) apresentaram um novo plano com medidas de segurança e vai ser analisado por uma equipe de especialistas do Coesp se haverá essa possibilidade de reabertura ou não. Eu, particularmente, creio que seja possível, mas me rendo à análise técnica do assunto."

O prefeito também lembrou, na coletiva, que o motivo para não reabrir as praças de alimentação, assim como espaços para crianças e cinemas, era evitar que pessoas fossem ao shopping como uma forma de lazer. "Porque tem muita gente que vai ao shopping e passa o dia inteiro lá. O objetivo era reabrir, permitir que os lojistas pudessem dar aquela respirada nesse momento difícil, mas que as pessoas não fossem para passear."

*Atualizado às 16h58 com posicionamento do prefeito Marcelo Belinati.