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. | Foto: Folha Arte

A arrecadação federal encerrou o primeiro semestre em alta de 1,8% em relação ao mesmo período de 2018, já descontada a inflação. Nos primeiros seis meses deste ano, a arrecadação ficou em R$ 757,6 bilhões. O resultado é o melhor registrado pela Receita desde 2014. A informação foi divulgada nesta terça-feira (23) pela Receita Federal.

O dado positivo do semestre foi influenciado pela alta das receitas do governo em junho. No mês, a arrecadação teve uma alta real de 4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado e somou R$ 119,946 bilhões. Em relação a maio deste ano, houve aumento de 5,88%. É o maior resultado para o mês desde junho de 2014.

Segundo a Receita, a greve dos caminhoneiros de 2018 influenciou o resultado. Isso porque, impactada pela paralisação, a arrecadação de junho do ano passado caiu, deixando mais baixa a base de comparação com junho deste ano. O fisco informou que não consegue identificar com precisão o efeito da greve na arrecadação. "No mês de junho de 2018 foram contabilizados todos os efeitos da greve dos caminhoneiros, então a base de comparação estava muito baixa", explicou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias.

De acordo com a Receita Federal, apenas a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - Outros teve uma alta real de 23,97% em junho ante junho do ano passado. Na mesma comparação, também houve uma alta de 23,97% na arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Malaquias avaliou que o crescimento de quase 15% na arrecadação do IRPJ e da CSLL no primeiro semestre indicaria uma perspectiva de melhora dos resultados do setor produtivo. "Essa alta na arrecadação demonstra que a expectativa das empresas é positiva para o ano", acrescentou.

Malaquias destacou ainda que houve um recolhimento atípico de R$ 700 milhões na arrecadação previdenciária em junho. "Ocorreu um depósito de R$ 700 milhões em junho decorrente de um processo judicial. Não estão previstos novos depósitos desse tipo até o fim do ano", completou.

Paraná

A arrecadação estadual encerrou o primeiro semestre de 2019 com alta de 101,77% em relação ao mesmo período de 2018, em valores reais, corrigidos pelo IPCA. No total, foram arrecadados de janeiro a junho desse ano R$ 34,7 milhões. No mês de junho, a arrecadação foi de R$ 5,5 milhões, com alta de 107,32%. A arrecadação do Paraná representa 4,71% do total arrecadado no País.

De acordo com informações da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 9ª Região Fiscal, a alta no mês de junho foi puxada pelo aumento dos recolhimentos dos tributos associados à produção industrial (+50,1%), associado principalmente à influência da greve dos caminhoneiros em 2018; pelo desempenho da arrecadação de IRPJ/CSLL (+22,2%); pelas compensações declaradas no valor de R$ 513,4 milhões (+21,7%), com destaque para o crescimento na compensação de débitos previdenciários (via Dcomps), de R$ 157,3 milhões, na comparação com junho de 2018; pelo resultado do PIS/COFINS (exceto importação), de +19,6%, com principal resultado positivo do setor de eletricidade, gás e outras utilidades; pelo crescimento do Simples Nacional (+17,1%); e pelo resultado da arrecadação previdenciária (+11,1%), com variação da massa salarial em +4,2%.(Com Reportagem Local)

VALOR ARRECADADO VIRÁ MAIS BAIXO DO QUE O PROJETADO PARA O 2º SEMESTRE

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, admitiu nesta segunda-feira (22) que a arrecadação de tributos federais até o fim do ano será inferior ao inicialmente estimado pelo governo.

"A arrecadação virá mais baixa do que o inicialmente projetado para o segundo semestre", afirmou. "A trajetória da arrecadação tende no longo prazo a ter uma aderência quase perfeita com a evolução dos indicadores macroeconômicos", completou, em referência à redução das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.

Segundo o coordenador de previsão e análise do Fisco, Marcelo Gomide, a projeção da Receita é de um crescimento real entre 1% e 1,5% das receitas administradas em 2019. No primeiro semestre do ano, o crescimento real dessas receitas foi de 1,17%.(Lorenna Rodrigues e Eduardo Rodrigues - Agência Estado)