BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O governo argentino decidiu nesta segunda-feira (6), por decreto, postergar o pagamento de até US$ 10 bilhões da dívida emitida segundo a legislação local que venciam neste ano para 2021.

Por ter sido decidido de modo unilateral, pode ser definido como um default técnico. "Essa decisão estava contemplada no processo de reestruturação decidido pelo governo", disse o ministro da economia, Martín Guzmán.

"Isso constitui um passo que faz parte de nossa intenção de fazer com que os pagamentos sejam feitos de modo sustentável", afirmou.

Desde que assumiu, em 10 de dezembro do ano passado, o governo de Alberto Fernández deu a missão a Guzmán de renegociar e pedir adiamentos para vários vencimentos das dívidas que a Argentina têm.

As dívidas interna e externa somam 97% do PIB do país. Espera-se que, nos próximos dias, saia alguma decisão também com relação às dívidas adquiridas sob legislação estrangeira com vencimento neste ano e que somam US$ 3,3 bilhões.

Guzmán afirmou que este valor e este prazo seriam negociados.

Em declarações anteriores, o ministro afirmou que a negociação era o instrumento preferido por ele, mas que, em casos em que não fosse possível, se usaria um "plano B", ou seja, anunciar o adiamento unilateral dos pagamentos, uma vez que o governo vem necessitando de dinheiro para destinar ao combate contra efeitos do novo coronavírus.