Agência Estado
De Buenos Aires
O ministério da Economia argentino elabora um projeto para evitar, em particular, o êxodo de suas empresas para o Brasil, atraídas pela oferta de subsídios e taxas de câmbio mais flexíveis, anunciou ontem o secretário de programação macroeconômica e regional, Miguel Bein.
Em declarações à rádio Feeling, de Buenos Aires, ele assegurou que ‘‘a fuga de cem empresas e representantes empresariais nada tem a ver com a paridade do peso, mas com a competitividade’’ da economia argentina. Alguns sindicalistas exigiram esta semana uma desvalorização da moeda para evitar a migração de empresas para o Brasil e dar maior competitividade aos produtos argentinos.
Bein destacou que ‘‘a fuga de empresas começou antes da posse’’ do presidente social-democrata Fernando de la Rúa, dia 10 de dezembro passado. O diretor de Relações Institucionais da Ford Argentina, Rodolfo Ceretti, em entrevista radiofônica, explicou que ‘‘há uma grande quantidade de empresas de diferentes tamanhos localizadas no Brasil e na Argentina mas que, ante a queda do volume do comércio, se concentraram num só lugar’’. Admitiu, no entanto, que ‘‘obviamente, a opção foi pelo Brasil’’.
FMI O governo argentino assinará até a próxima terça-feira o novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Este Acordo de Facilidades Extendidas, que vigorará até o ano 2003, será o mais prolongado acordo de facilidades extendidas que o FMI concedeu a um país, e permitirá que a Argentina tenha a disponibilidade de um fundo de contingência de US$ 5 bilhões, que somente poderá ser utilizado em casos de emergência financeira. Além disso, o FMI aceitou que a Argentina tenha um déficit fiscal de US$ 4,5 bilhões para o ano 2000.