Gilberto Pose, da Raízen: o etanol de segunda geração, produzido a partir do bagaço de cana, aumenta em 50% a produção de álcool nas usinas
Gilberto Pose, da Raízen: o etanol de segunda geração, produzido a partir do bagaço de cana, aumenta em 50% a produção de álcool nas usinas | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Com a tendência de diminuição do uso do petróleo pelo mundo, empresas de produção de combustível começam a investir em maneiras de alavancar outras formas de geração de energia, como o etanol. O etanol de segunda geração, produzido a partir do bagaço de cana, aumenta em 50% a produção de álcool nas usinas, sem a necessidade de plantio de pés de cana adicionais, e com a geração de um produto com especificações técnicas iguais ao de primeira geração.

O etanol de segunda geração já está sendo produzido em uma unidade da Raízen em Piracicaba (SP), afirma Gilberto Pose, especialista em combustíveis da companhia. Ele esteve na FOLHA nesta terça-feira (5), em passagem por Londrina para um evento de atualização de reparadores independentes.

A aposta no etanol da Raízen, que é resultado de uma joint venture entre as companhias Shell e Cosan, vem ao encontro da redução da proporção do uso do petróleo na gasolina por ser caro, de extração cada vez mais difícil e onerosa e mais poluente que o etanol, um combustível considerado limpo, de produção nacional e de fonte renovável. A legislação brasileira já determina o uso de etanol na gasolina em proporção que varia de 18% a 27%.

“Quando se faz isso, há uma redução significativa da emissão de poluentes dos carros”, explica Pose. Segundo ele observa, o uso do etanol é uma maneira rápida de atender metas ambientais impostas pelos países e colabora para a balança comercial, pois permite que o País diminua a importação de petróleo quando as refinarias já se encontram próximas ao seu limite operacional.

A Raízen também tem projeto de extração do biogás a partir da vinhaça, um efluente gerado a partir da lavagem da cana de açúcar.

Desde que foi criado o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), em 1986, o mercado de combustível precisa atender algumas exigências a fim de endereçar alguns desafios relacionados ao meio ambiente.

Essas exigências, segundo explica o especialista de combustíveis da Raízen, passam por melhorias das características técnicas do combustível, que já teve uma gradativa diminuição do teor de enxofre, por exemplo.