Depois de cinco meses seguidos de queda, o preço da cesta básica voltou a subir em Londrina. Em outubro, o conjunto de 13 itens considerados essenciais teve aumento de 7,78%, ficando em R$ 559,86 para uma pessoa. Em setembro, o valor médio do mesmo conjunto de produtos havia sido calculado em R$ 519,44. A alta da carne, o alimento com maior peso no preço final da cesta, foi responsável pela variação positiva.

O relatório Evolução dos Preços da Cesta Básica Nacional em Londrina é divulgado mensalmente pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Segundo o levantamento, a cesta para uma família de quatro pessoas, considerando dois adultos e duas crianças, ficou em R$ 1.679,57.

Os valores expressos no relatório correspondem à média obtida a partir dos preços praticados em 11 supermercados, em todas as regiões da cidade. Se o consumidor se dispusesse a percorrer cada estabelecimento para comprar o item mais barato em cada um deles, poderia economizar 20%, pagando R$ 447,80 pela cesta. Mas em uma situação mais real, o consumidor que comprasse todas as mercadorias na loja que oferecer os menores preços pouparia 12,9% e pagaria pelos mesmos produtos R$ 487,69.

Já o consumidor que não procura pelos menores preços e optasse por fazer as compras no supermercado mais caro, desembolsaria R$ 619,42, pagando 10,6%a mais pela cesta.

Embora a batata tenha sido o alimento que sofreu maior variação em outubro, com alta de 42%, a carne foi apontada pelo coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci, como a principal responsável pelo aumento do preço final da cesta básica. O produto subiu 13,7% em relação a setembro. Neste mês, o preço da carne correspondeu a 41,4% do total, com média calculada em R$ 34,84 o quilo. Na última pesquisa, a média havia ficado em R$ 30,64.

A pesquisa considera o preço do coxão mole em peça ou fatiado, o que estiver mais em conta. O preço mais baixo foi de R$ 27,97 e o mais alto, R$ 37,90.

Rambalducci avalia que três podem ter sido os fatores que puxaram para cima o preço da carne. “Essa alta tão expressiva pode ser explicada por três situações: aumento da demanda pela carne bovina, pois seus substitutos - a carne de frango e a de porco - também subiram; a recuperação do preço da carne do mercado externo, que acaba tornando o preço mais atrativo para vende-la lá fora; e também uma estratégia de redução do envio de gado para o abate por parte do pecuarista para tentar recuperar seu preço”, avaliou o economista.

Além da batata e da carne, outros cinco itens subiram de preço no mês passado: o feijão (6,7%), o leite (5,6%), o arroz (3,7%), o tomate (2,2%) e o açúcar (1,4%). A banana e o pão ficaram estáveis, com variação positiva de 0,6% e 0,1%, respectivamente.

Entre os que tiveram queda de preço, estão o café, com 6,1% de recuo, a farinha (3,3%), o óleo (2,0%) e a margarina (1,9%).

Em relação a outubro de 2022, a cesta básica apresentou redução de 4,18%. Há um ano, o preço médio era R$ 584,26. Apesar da alta observada em outubro ter interrompido uma sequência de quedas que vinha sendo registrada desde maio, o preço da cesta no mês passado ainda ficou abaixo de janeiro de 2023. O ano começou com a cesta básica orçada em R$ 587,34, 4,68% acima de outubro.