Ano começa com alta de quase 3% na cesta básica
Valor médio da cesta para uma pessoa adulta saltou de R$ 587,34 em dezembro para R$ 603,78, aponta NuPEA
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
Valor médio da cesta para uma pessoa adulta saltou de R$ 587,34 em dezembro para R$ 603,78, aponta NuPEA
Simoni Saris - Grupo Folha

O ano de 2023 começou com alta no preço da cesta básica em Londrina. Segundo pesquisa mensal realizada pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), o conjunto de 13 itens considerados essenciais chegou ao final de janeiro custando 2,8% a mais na comparação com dezembro de 2022. O valor médio da cesta para uma pessoa adulta foi calculado em R$ 603,78 no mês passado, contra R$ 587,34 em dezembro. Para uma família de quatro pessoas formada por dois adultos e duas crianças, a cesta básica em janeiro saiu por R$ 1.811,34.
O NuPEA faz o cálculo com base no valor médio, obtido a partir dos preços praticados nos 11 supermercados. Mas se o consumidor se dispusesse a percorrer todos os estabelecimentos para aproveitar os melhores preços em cada um deles, a cesta básica para uma pessoa em janeiro sairia por R$ 494,93, uma economia de 18%.
Se toda a compra fosse feita no supermercado com os menores preços, a economia seria um pouco menor, de 11,3%, totalizando R$ 535,66. Mas sem pesquisa, o consumidor corre o risco de comprar todos os itens no lugar mais caro. Nesse caso, o preço da cesta subiria para R$ 677,53 – 12,2% acima da média.
Entre os 13 itens da cesta básica, a batata foi o que sofreu maior alta, com variação de 110,5% de dezembro para janeiro. Em seguida, vêm o tomate (56,8%), o leite (45,0%) e a farinha (33,2%). Também registraram aumento de preço em janeiro, o feijão (30,2%), o arroz (20,9%), o pão (16,3%), a margarina (15,1%), o café (13,6%) e a carne (9,4%).
A carne é o produto que mais pesa no bolso dos consumidores. Em janeiro, 43,5% do valor final da cesta correspondeu à proteína animal. Segundo o NuPEA, no mês passado a carne devolveu a redução que havia registrado em dezembro. Na última pesquisa de 2022, a carne registrou queda de 9,8%. No primeiro levantamento deste ano, foi observada alta de 9,4%, com média de R$ 39,81 o quilo, mas os preços computados pelos pesquisadores variaram de R$ 35,90 a R$ 45,90.
O cálculo da cesta básica utiliza como referência o coxão mole. Se o preço da peça inteira for mais baixo do que o fatiado, é computada a peça. Em dezembro, o preço médio do quilo do coxão mole ficou em R$ 35,47 nos supermercados de Londrina.
Apenas três itens apresentaram redução de preços. O açúcar registrou a maior queda, com 13,0%, mas também ficaram mais baratos o óleo (-10,7%) e a banana (-3,4%).
Na comparação com janeiro de 2022, o preço da cesta básica em janeiro deste ano também ficou maior, com alta de 2,45%. No primeiro mês do ano passado, o valor médio havia sido calculado em R$ 589,31 para uma pessoa. “(Nos últimos 12 meses, de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023) Somente em três ocasiões o preço da cesta básica foi maior que o de janeiro de 2023, março, abril e maio”, destacou um dos coordenadores do NuPEA, o economista Marcos Rambalducci.
A pesquisa foi feita entre os dias 30 e 31 de janeiro, em 11 redes de supermercado de Londrina, em todas as regiões das cidade. O estudo faz o levantamento dos produtos que apresentam o menor valor, sem considerar marcas. A série histórica em Londrina foi iniciada em 2001 pelo economista Flávio de Oliveira Santos.
O NuPEA também calcula o número de horas que o trabalhador com jornada de 220 horas mensais deve cumprir para poder comprar a cesta básica para uma pessoa. Considerando o salário mínimo do Paraná, fixado em R$ 1.804,30, seriam necessárias, em janeiro, 73,6 horas. Do total da jornada, 33,5% seriam destinados à compra de alimentos essenciais.
Mas quando se considera o salário mínimo brasileiro, de 1.302,00, o tempo aumenta. Nessa condição, o trabalhador teria que cumprir quase a metade de sua jornada (46,4%) para conseguir arcar com os custos da alimentação básica.
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