Apesar da ameaça do coronavírus, a SRP (Sociedade Rural do Paraná) mantém os preparativos para a realização da 60ª edição da ExpoLondrina, que acontece entre os dias 9 e 19 de abril, no Parque de Exposições Governador Ney Braga. A presidência da entidade organizadora do evento afirma não ver motivos para o cancelamento da feira e acompanha as orientações das autoridades de saúde. Até está quinta-feira (12), o Paraná contabilizava seis casos confirmados da doença, sendo cinco em Curitiba e um em Cianorte (Noroeste). Todos os doentes foram infectados fora do País. Em Londrina, há nove casos suspeitos e nenhuma confirmação até o momento.

Imagem ilustrativa da imagem Ameaça de coronavírus não afeta organização da ExpoLondrina
| Foto: Reprodução/ExpoLondrina

“Preocupa a todos (o coronavírus), mas até agora não existe nenhuma orientação técnico-científica que diga que a feira não pode acontecer. No Paraná, todos os eventos estão abertos. Seguimos o trabalho normal, a não ser que venha alguém que diga que não é para ter”, disse o presidente da SRP, Antônio Sampaio, que por enquanto vê todas as perspectivas alarmantes em torno do novo vírus como “especulações”. “Ninguém vai deixar de ir ao shopping, ao estádio de futebol. O setor de saúde tem que entrar e fazer a sua parte. Se existe, que imponha a restrição.”

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Segundo o presidente, a SRP procurou o Ministério da Saúde e outros órgãos da área, mas não houve nenhuma determinação categórica sobre os procedimentos que devem ser adotados nesse caso.

Sampaio disse que a entidade deve tomar providências para reduzir o risco de disseminação da doença, como a oferta de álcool gel nas instalações do parque, mas fora isso, a postura da SRP é continuar trabalhando para a realização do evento, cujos preparativos estão na reta final. “Agora, precisa ver o que vai acontecer nos próximos dias. Pode ser que evolua para uma situação mais complicada, mas aí iremos avaliar.”

Em relação a possíveis prejuízos financeiros decorrentes da doença ou da simples ameaça de propagação do coronavírus, Sampaio disse que não há nada que se possa fazer para alterar a situação. “A gente sempre cogita essa possibilidade, mas está fora do nosso controle.” Na edição da feira do ano passado, foram movimentados R$ 615,6 milhões e o evento atraiu um público de 464.103 visitantes nos dez dias.

Leilão

Organizador do Leilão Dez Marcas, Alexandre Turquino disse que acompanha o desenrolar das notícias sobre o coronavírus enquanto finaliza os preparativos para o evento. O leilão é o principal realizado durante a ExpoLondrina e completa 25 anos. “Falta menos de um mês. Temos um tempo ainda, mas o nosso leilão também vai acontecer pelo site, é televisionado. É claro que a gente prefere fazer a festa, mas vai ser virtual também”, destacou.

Entre aluguel do recinto, bufê, propaganda, convites e outros preparativos, o leilão demanda um investimento entre R$ 60 mil e R$ 70 mil. Na edição deste ano, a expectativa é reunir cerca de 1.200 animais e alcançar um faturamento de R$ 2 milhões. “A gente fica apreensivo, torcendo para que tenha a festa, mas é um ambiente aberto e, tomando os devidos cuidados, não tem problema. Não é motivo para cancelar”, disse Turquino.

Linhas de ação

Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, o prefeito Marcelo Belinati informou que o município mantém um grupo de trabalho que está em constante contato com as autoridades epidemiológicas do Estado e do governo federal, traçando as linhas de ação de acordo com o cenário de cada dia. “Vivemos hoje no Paraná e no Brasil uma epidemia de dengue. O que vai acabar acontecendo? Quando a epidemia de dengue estiver numa curva descendente, diminuindo o número de casos, estará subindo a curva dos casos de coronavírus”, comentou o prefeito.

Belinati lembrou que por se tratar de uma gripe, é certo que a doença irá se espalhar no mundo todo por mais ações que os governos adotem, até mesmo as radicais. “Não vamos conseguir evitar. É uma gripe, não tem como. Temos que estar preparados, com as ações montadas, no sentido de minimizar o impacto dos casos que vierem a surgir.”

Também em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em Curitiba, o secretaria estadual de Saúde, Beto Preto, ressaltou que o momento é de intensificação das medidas preventivas. "O Estado está preparado para este enfrentamento. Seguimos as medidas de contenção e de prevenção estabelecidas pelo Ministério da Saúde e contamos com o apoio das secretarias municipais, que é fundamental", afirmou. "Não há motivo para pânico."

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