Imagem ilustrativa da imagem Alunos do Sistema S propõem soluções para problemas da indústria
| Foto: Marcos Zanutto
Grupos reunidos no Senai trabalham como startups em busca de uma demanda real da fabricante Chrysler Brasil, que é desenvolver a comercialização de veículos novos, com foco também no pós-venda e na experiência do consumidor



Integrar estudantes à realidade de solução de problemas em empresas é o objetivo de competições como o Grand Prix de Inovação, que
começou na segunda (13) e termina nesta terça-feira (14), no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Londrina. Os grupos são formados por alunos dos ensinos médio, técnico e universitário do Senai e do Sesi (Serviço Social da Indústria), que trabalham como startups em busca de uma demanda real da fabricante Chrysler Brasil, que é desenvolver a comercialização de veículos novos, com foco também no atendimento pós-venda e na experiência do consumidor.

A iniciativa se assemelha a um hackathon, que reúne pessoas ligadas à tecnologia para uma maratona, em busca de soluções inovadoras para organizações, que podem ser um produto, um serviço ou um processo inovador. O Grand Prix conta com a participação de cerca de 30 alunos do Sistema Fiep, com idade entre 17 e 23 anos, que se inscreveram no evento. Funciona também como uma prévia da etapa estadual da competição, em novembro. Na ocasião, representantes de indústrias, startups, aceleradoras e incubadoras levarão mais demandas reais e avaliarão as propostas dos alunos, que terão a chance de obter financiamento para os projetos. As inscrições serão abertas entre setembro e outubro, com informações no site do Senai do Paraná.

Coordenadora de tecnologia em alimentos e biotecnologia do Senai, a professora Ana Elisa Stefani Vercelheze afirma que o Grand Prix visa oferecer ao estudante a chance de aprender a realidade de empresas, a solucionar problemas, a trabalhar em equipe e a ser proativo, de forma a ter também maior facilidade em escolher uma profissão. "Integramos diferentes tipos de conhecimento, o que faz com que os alunos saiam da caixinha da metodologia convencional, entendam sobre inovação e o que é uma startup", diz.

Cada grupo, chamado de escuderia, oferecerá nesta terça-feira uma solução para o problema da Chrysler, que será avaliado por uma banca examinadora. "Eles entregarão o MVP (Produto Mínimo Viável, na sigla em inglês), o canvas, que é o modelo de negócio, e passarão por banca técnica de avaliadores para apresentar o pitch, que é esse modelo de negócios, com um vídeo em que explicam a solução deles", conta Vercelheze.

Para o aluno de engenharia de software do Senai Lucas Gabriel Bottine, o Grand Prix é a chance de se aprofundar no universo das startups. Ele diz que planeja ter uma empresa incubada no futuro e sugere que outros também participem de competições do tipo, para abrir a mente em relação a ter o próprio negócio. "Participei de hackathon do Red Foot e desse aqui. Consegui mais conforto para criar, conversar com uma equipe, bolar uma ideia, porque o debate exige muita pesquisa sobre o mercado em que se está entrando."

Já o estudante do terceiro ano do ensino médio Gabriel de Oliveira Zani participa de campeonatos do tipo há três anos, com uma equipe de robótica. "Fomos vice-campeões na FLL (First Lego League) e vamos para a etapa regional, no dia 31. Faço isso para ter conhecimento, mesmo que não seja na área em que quero atuar, que é psicologia. Posso ter várias ideias, desenvolvê-las como um hobbie e ter minha profissão", diz.

Como exemplo, Zani conta que avançou no FLL em um grupo que desenvolveu um aplicativo que controla, armazena e reutiliza água de aparelhos de ar-condicionado e da chuva, em edifícios comerciais. "Sempre tem um empresário nesses eventos que poderia apadrinhar o projeto", afirma.