Agência Estado
De Recife
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afirmou ontem, no Recife, que a estimativa de inflação para este ano, calculada em 6,3%, poderá aumentar caso o salário mínimo proposto pelo governo federal não seja aceito. ‘‘O valor previsto na projeção da inflação foi o de R$ 151,00’’, afirmou Fraga, ao observar que os aumentos subsequentes que o salário mínimo venha a ter a partir de pisos regionais diferenciados também poderão levar a uma revisão da estimativa. Ele disse não ser possível prever tais alterações. ‘‘É preciso que a lei seja aprovada e que os Estados tomem suas decisões’’, disse.
Fraga disse que o aumento das tarifas públicas – de 9,2% para 11,2% – não interferiu na inflação prevista para 2000, que está atrelada, entretanto, à manutenção da ‘‘atual trajetória monetária’’ e a fatores externos como o petróleo.
Para 2001, a inflação prevista é ainda menor, de 3,6%, meta que levou à atual redução das taxas de juros. Neste caso, de acordo com o presidente do Banco Central, não houve especificação para o salário mínimo. ‘‘A conta tem que ser revista quando chegar a hora’’.
Sobre o alongamento do perfil da dívida pública do governo federal, Fraga disse que o objetivo a curto prazo é dobrar o prazo de pagamento, atualmente de dois anos, para quatro anos. Ele espera conseguir isso em um ano, de forma gradual e sem negociação, mas através de ‘‘um processo que vem acontecendo normalmente no mercado’’ e cujos resultados ele considera satisfatórios.
Hoje a dívida representa 47% do PIB nacional e parte dela é negociada no mercado. Fraga informou que o percentual prefixado da dívida é inferior a 30%, mas a idéia é aumentar para 50% e, no longuíssimo prazo, passar muito deste percentual.