O objetivo da Adama é bem claro: dobrar sua participação no mercado nacional de defensivos agrícolas em cinco anos. Hoje, o market share da empresa está em 4% e os negócios em solo brasileiro representam 15% do faturamento global do grupo, índice que deve ser elevado para 20% nos próximos quatro anos. Só em 2013, a empresa comercializou internamente US$ 460 milhões.
"Em 2014, certamente vamos passar dos US$ 500 milhões e estimamos que, em 2018, chegaremos a US$ 1 bilhão", diz o presidente da Adama Brasil, Rodrigo Gutierrez. As metas fazem parte da nova estratégia do grupo israelense (antes conhecido como Makhteshim Agan) após acordo com a estatal chinesa ChemChina, com quem divide o controle da empresa desde 2011.
Dentre as mudanças, está a unificação global do nome das unidades do grupo, o que leva à extinção da "Milenia" no Brasil. O novo nome, Adama (se pronuncia "adamá"), significa "terra" em hebraico e foi escolhido pela relação direta com o público-alvo da empresa, os agricultores.
Líder mundial em produtos pós-patente (chamados genéricos), a Adama quer abrir novos caminhos, com investimento maciço em pesquisas para a descoberta de moléculas que originarão produtos inéditos. "Vamos nos alavancar a partir da China, maior consumidor de alimentos e maior mercado agrícola do mundo", destaca Gutierrez. A empresa também começa a se inserir no mercado de nutrição de plantas e de produtos veterinários.
Atualmente, a Adama possui 45 unidades em todo o mundo, sendo 15 fábricas. No Brasil são duas fábricas, em Londrina e Taquari (RS). No Rio Grande do Sul, a empresa realiza a chamada síntese dos princípios ativos, com foco no mercado global. Em Londrina, acontece a formulação de cerca de 60 defensivos agrícolas e seu encaminhamento para o mercado nacional. "A gente entende que a planta de Londrina é muito importante para abastecer o
mercado interno", afirma Gutierrez.
A capacidade de produção instalada nas duas unidades nacionais é de 170 milhões de litros por ano. O grupo prevê, ainda, U$S 250 milhões em investimentos nas fábricas ao redor do mundo nos próximos cinco anos, tanto na infraestrutura e laboratórios quanto na contratação de pesquisadores. Para as duas unidades do Brasil deve vir uma fatia entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões.
"A estratégia é desenvolver aqui tudo que for específico para o nosso mercado. No nosso negócio, o Brasil é o centro do mundo, representando 22% do mercado mundial", destaca Gutierrez. De 2011 até agora, foram contratados mais de cem funcionários para as unidades no Brasil, que, até 2018, devem contar com 720 colaboradores.

Origem
Na década de 1940, em Israel, surgiu a Agan. Na década seguinte, nascia a Makhteshim. Parceiras desde a década de 1970, as duas se fundiram em 1997, dando origem à Makhteshim Agan. No Brasil, a história começou nos anos 1960, com a fundação da Defensa, no Rio Grande do Sul, e da Herbitécnica, em Londrina, na década seguinte. Da fusão das duas brasileiras nasceu a Milenia Agrociências, que se associou ao grupo israelense.
Em 2011, a história ganhou novos rumos com a aquisição de 60% do controle da Makhteshim Agan pela estatal chinesa ChemChina. Agora, em 2014, acontece a unificação global das empresas do grupo israelense, com a marca Adama.

Imagem ilustrativa da imagem Adama quer dobrar participação no Brasil