Nesta véspera da Super Quarta, quando Copom e Federal Reserve finalizam suas reuniões de política monetária, os juros futuros terminaram o dia perto da estabilidade, com viés de baixa nos trechos curto e intermediário e de alta nos vencimentos longos. Nada mudou no consenso das apostas, que seguem em cortes de 0,50 ponto porcentual na Selic e de 0,25 ponto para os fed funds, e o mercado aguarda a divulgação dos comunicados dos bancos centrais para eventualmente alterar suas posições. A espera é cercada de otimismo com relação à sinalização que o Copom deve trazer sobre até onde a Selic pode cair. A precificação da curva já aponta taxa básica terminal entre 4% e 4,25%.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020, que melhor reflete as apostas para as reuniões do Copom de outubro e dezembro, fechou em 4,757%, de 4,761% na segunda no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 encerrou em 4,370%, de 4,387%. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 5,36%, de 5,370%, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 6,03% para 6,05%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou na máxima de 6,44%, de 6,401%.

"Temos uma inclinação da curva muito discreta, que representa a dualidade dessa combinação", afirmou o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, ao explicar que enquanto o Copom tem bons motivos para sinalizar continuidade do ciclo de cortes da Selic, o Fed, por outro lado, está mais relutante em estender as quedas.

Nos últimos dias têm aumentado as revisões em baixa para a Selic terminal, com mais instituições migrando suas apostas para 4%. As revisões acontecem mesmo em meio à melhora das perspectivas para a economia, para qual as expectativas também estão sendo revistas para cima. O anúncio do ministro Paulo Guedes das medidas para reativar a economia foi adiado e deverá ocorrer nesta quarta ou quinta-feira.

Nesta terça, o Bank of America Merrill Lynch informou que reduziu sua projeção de Selic ao final do ciclo, de 4,75% para 4,00%, prevendo mais três cortes de 0,50 ponto porcentual. No fim da tarde, o Santander anunciou que também reviu para baixo sua estimativa, de 4,50% para 4,00%.

Na curva de juros, as apostas estão bem ajustadas para queda de 0,50 ponto amanhã, com precificação marginal de um recuo de 0,75 ponto. Para o Copom de dezembro, a curva projeta redução de 57 pontos-base. Para o fim do ciclo, a precificação está em 4,18% no encerramento do processo de afrouxamento monetário, ou seja, entre 4% e 4,25%.