Em Ibiporã, 15% dos moradores estão interessados em adquirir um imóvel no prazo de 12 meses
Em Ibiporã, 15% dos moradores estão interessados em adquirir um imóvel no prazo de 12 meses | Foto: Anderson Coelho


Imóvel com dois quartos, uma suíte, dois banheiros e duas vagas de garagem, de até R$ 200 mil, de preferência casa ou sobrado em rua. Esse é o perfil de propriedade desejada pela população das cinco principais cidades da RML (Região Metropolitana de Londrina), segundo pesquisa feita pela Brain Inteligência Corporativa, a pedido do Sebrae/PR, sobre o potencial imobiliário de Cambé, Rolândia, Ibiporã, Arapongas e Apucarana.

O resumo do estudo foi apresentado no iníciod o mês no 1º Workshop Construindo o Futuro - Novos Horizontes para 2019, promovido pelo Sinduscon Norte PR (Sindicato das Indústrias da Construção Civil), em Londrina. O levantamento foi realizado em setembro com 540 entrevistados e tem uma margem de erro de 4,2%.

De acordo com a pesquisa, existe uma grande demanda por imóvel residencial (89%). Entre os que querem um, 75% preferem casa ou sobrado na rua, 10%, terreno em loteamento aberto e 8%, apartamento. Ainda sobre o perfil, 72% das famílias consultadas declararam querer ao menos uma suíte. Quando a pergunta foi sobre o preço que estava disposta a pagar pelo bem, a maioria (26%) respondeu entre R$ 121 mil e R$ 150 mil.

Segundo Marcos Kahtalian, sócio-diretor da Brain, o desejo por casa nas cidades menores e pouco verticalizadas é muito intenso. "Porém, quando perguntamos o que a pessoa comprou, vimos que a compra de apartamento foi proporcionalmente maior. Isso diz que esse consumidor pode até procurar uma casa, mas ele não acha ou o imóvel é muito caro, o que impulsiona a verticalização", analisou.

Para ele, existe uma forte tendência de verticalização na região metropolitana para atender a demanda de mercado. "As taxas de locação são muito elevadas em Arapongas e Rolândia, por exemplo, o que indica a falta de produtos adequados para essa população", apontou. A grande demanda na região é por imóveis de dois a três dormitórios com uma suíte.

Imagem ilustrativa da imagem 86% dos moradores da região têm intenção de comprar imóvel



NOVO IMÓVEL
Dez por cento dos entrevistados revelaram ter comprado um imóvel nos últimos 12 meses, sendo 92%, residencial. "É um porcentual de compra considerado elevado. No Brasil, esse número oscila entre 6% a 7%", apontou.

As principais razões de compra foram para "sair do aluguel" (26%), "investir para alugar" (26%) e porque vão se casar (21%). Entre os itens mais valorizados na hora da compra, 51% apontaram a localização, 42% o preço e 41% a segurança.

Quando a pergunta foi sobre a intenção de compra de imóvel nos próximos 12 meses, 14% indicaram que pretende adquirir o bem dentro do período. Em Apucarana, 20% dos entrevistados disseram que estão interessados em comprar um imóvel em 2019. Em Arapongas o percentual foi de 14%; Ibiporã, de 15%, Rolândia, foi de 9% e Cambé, apenas 8% entrevistados querem comprar um bem no próximo ano.

INTELIGÊNCIA DE MERCADO
A pesquisa contempla uma das atividades do projeto da Construção Civil realizado pelo Sebrae/PR. Uma das frentes do trabalho, realizado nos últimos dois anos, foi inteligência de mercado e o estudo foi encomendado para levar dados e informações de relevância para as micros e pequenas empresas poderem tomar decisões estratégicas nos negócios.

"No ano passado, concluímos uma pesquisa focada em Londrina. Como temos várias empresas atuando na região metropolitana, decidimos estender o estudo para as cidades vizinhas", explicou Rubens Negrão, consultor do Sebrae. O projeto atendeu um grupo de 30 empresas entre 2017 e 2018. "Porém, passaram pelo projeto mais de 100 empresas da cadeia da construção civil", informou.

LEITURA
Segundo o presidente do Sinduscon Norte PR, Rodrigo Zacaria, o estudo conseguiu "ramificar" o setor da construção civil nas cidades menores. Ele lembrou que as pesquisas são importantes para as empresas do setor testarem novos produtos. Zacarias explicou que a horizontalidade das cidades menores se dá pela falta de grandes construtoras. "É natural essas cidades serem menos verticalizadas. Há uma oferta maior de imóveis de pequenos construtores e até de pessoas físicas. Pessoas que constroem até dez casas."

Ele citou o mercado de Apucarana onde há uma gama de construtores autônomos que conseguem ofertar produtos mais baratos do que as construtoras. "Existe uma concorrência desleal que afasta as incorporadoras", disse Zacarias.
Na avaliação dele, as empresas ainda apostam mais em Londrina, mas começam a olhar para a vizinhança. "Já temos exemplos como a Favoreto, a A.Yoshi e Vectra. As empresas saem de Londrina e percebem um mercado de nicho", afirmou.

Para Zacarias, a pesquisa auxilia os associados do sindicato não só na leitura sobre o tipo de produto, tamanho de mercado, mas a faixa de preço. "Às vezes o comprador quer um imóvel de três quartos, mas ele só tem dinheiro para dois. Essa era uma percepção nossa que a pesquisa veio confirmar", ressaltou.

O Sinduscon Norte está trabalhando para incluir Londrina na pesquisa realizada pelo sindicato em nível nacional. "Londrina não está contemplada na pesquisa nacional. Temos dados nacionais e de Curitiba. Esporadicamente, alguma coisa da cidade", lamentou.