Para o produtor Guilherme Peraro, um dos desafios da APL é a capacitação de mão de obra
Para o produtor Guilherme Peraro, um dos desafios da APL é a capacitação de mão de obra | Foto: Ricardo Chicarelli



O audiovisual é um dos setores da economia criativa que está revertendo o ativo em emprego e renda. Cresce, principalmente, em função da política pública do governo federal, afirmou Rubens Negão, consultor do Sebrae em Londrina. É uma cadeia ampla de serviços, que envolve profissionais de diversos setores. "O filme envolve outros setores. Por exemplo, o eletricista, que estava desempregado, as costureiras contratadas pelo figurinista. É uma cadeia muito ampla", disse.

Desde a implantação do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) em 2006, o governo federal injetou quase R$ 1,5 bilhão em produções nacionais. "Isso deu um fôlego para as empresas. Junto com editais de cinema e programas como o Promic (Programa Municipal de Incentivo a Cultura) as empresas conseguem receitas melhores para investir em equipamentos", comentou o produtor Guilherme Peraro, sócio da Kinopus Audiovisual e presidente do APL (Arranjo Produtivo Local Audiovisual) de Londrina e Região.

A Kinopus produziu, no ano passado, a série de televisão "Super Família" para a TV Cultura e Canal Brasil, com 26 episódios. A produção gerou em torno de 70 postos de trabalhos temporários. "Contratamos profissionais locais, mas esse é um dos desafios da APL: capacitação de mão de obra. Hoje, se tiver três séries rodando ao mesmo tempo não tem mão de obra suficiente", disse Peraro.

Ele afirmou que as produtoras precisam se estruturar e gerir o negócio como empresa para não sobreviver apenas de editais do governo e leis de incentivo a cultura. "É preciso pensar como os produtores vão sobreviver em período de baixas produções, por isso, eles têm que gerir as produtoras como uma empresa", enfatizou Peraro.

A Kinopus nasceu em 2004 com distribuição de filmes, depois entrou no circuito de produção de curtas e hoje trabalha com produção de filmes e documentários sob encomenda para canais brasileiros e coproduções internacionais com a Inglaterra e Argentina. A empresa ainda é de pequeno porte e contrata mão de obra por projeto.

Peraro acredita que a tendência de mercado é a televisão buscar profissionais de cinema para as produções de séries e programas. Para o ano que vem a produtora está preparando uma série para o Canal Curta com cinco episódios.

O produtor também enfatizou que Londrina vem despontando para o setor de games aliando os segmentos de TI, roteiro, produção e animação. (A.M.P)