Rio - No quarto trimestre de 2017, o País tinha 2,786 milhões de pessoas buscando trabalho há pelo menos dois anos, segundo os dados da Pnad Contínua(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O montante equivale a um aumento de 13,5% nesse contingente de desempregados de longa data, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
"Aumentou de forma bastante expressiva", reconheceu Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "A crise está fazendo a busca por emprego durar mais", completou.
Outras 2,243 milhões de pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, mas por menos que dois anos. Entre os desempregados mais recentes, 1,520 milhão de pessoas buscavam emprego há menos um mês e mais 5,761 milhões estavam na fila por uma vaga entre um mês a menos de um ano.
A taxa de desocupação ainda é muito mais elevada entre pretos e pardos do que entre brancos, de acordo com dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE. No quarto trimestre de 2017, a taxa de desemprego ficou em 9,5% entre os brancos, resultado inferior à taxa de 14,5% registrada entre pretos e de 13,6% entre os pardos.
Cinco anos antes, no quarto trimestre de 2012, quando a taxa de desemprego média estava estimada em 6,9%, a dos pretos correspondia a 8,6%; a dos pardos, 8,1%; e a dos brancos, 5,4%. A pesquisa verificou um aumento na participação de pretos entre a população desempregada de 2012 a 2017. O contingente dos desocupados no Brasil no quarto trimestre de 2012 foi estimado em 6,7 milhões de pessoas. Os pardos representavam 52,4% desse total, seguido dos brancos (37,5%) e dos pretos (9,6%).
No quarto trimestre de 2017, a população desempregada subiu para 12,3 milhões de pessoas. A participação dos pardos passou a 51,9%, enquanto a dos brancos reduziu para 35,6% e a dos pretos subiu a 11,9%.
O IBGE ressalta, porém, que houve tendência de queda da proporção de pessoas que se declaravam brancas e aumento das que se diziam pretas e pardas no mesmo período.

SUBUTILIZAÇÃO
A taxa composta de subutilização da força de trabalho recuou de 23,8% no terceiro trimestre de 2017 para 23,6% no quarto trimestre do ano. O resultado equivale a dizer que faltava trabalho para 26,3 milhões de pessoas no País no quarto trimestre do ano passado. A taxa média de subutilização da força de trabalho no ano de 2017 foi de 23,8%, ou seja, faltou trabalho, em média, para 26,5 milhões de pessoas em 2017.
O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas estariam disponíveis para trabalhar. No quarto trimestre de 2016, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 22,2%.
A taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação foi de 18% no quarto trimestre de 2017. Havia o equivalente a 6,5 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 12,3 milhões de desocupados.
No trimestre imediatamente anterior, o indicador tinha ficado em 18,5%. A taxa média do ano foi de 18,4%.
O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior, somadas às pessoas que buscam emprego.
Já a taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial - que abrange as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial) - foi de 17,8% no quarto trimestre de 2017, o que representa 20 milhões de pessoas nessa condição. No terceiro trimestre, essa taxa estava em 18,3%. A taxa média do ano foi de 18,4%.