13º irá injetar R$ 22,9 bi na economia
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sexta-feira, 03 de novembro de 2000
Agência Estado De São Paulo
A liberação do 13º salário pela Previdência Social e pelas empresas privadas e estatais, a partir do dia 20 de novembro, deve injetar R$ 22,9 bilhões na economia até o final do ano. A projeção é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
Segundo o Dieese, esta soma corresponde a 2,17% do PIB nacional, valor estimado com base no volume de rendimentos dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos ocupados que contribuem para a Previdência Social. O ingresso destes recursos na economia brasileira até o final do ano não deve ter impacto significativo na inflação nos dois últimos meses de 2.000. Em parte, segundo o Dieese, porque uma parcela do benefício deve ser utilizada para saldar dívidas e outra em aplicações financeiras.
Receberão o pagamento cerca de 50,5 milhões de pessoas, das quais aproximadamente 19,3 milhões (38,4%) são beneficiários da Previdência Social, como aposentados e pensionistas. Outros 31,1 milhões, ou seja, 61,6% do total de beneficiados, são contribuintes da Previdência.
Os trabalhadores da ativa receberão 77% do volume total a ser pago, R$ 17,7 bilhões, enquanto os beneficiários do INSS ficarão com os 23% restantes: R$ 5,3 bi.
No Paraná, o Dieese prevê o ingresso de R$ 1,7 bilhão na economia a partir deste mês por conta do pagamento do 13º. O número oficial, porém, só será divulgado na próxima semana. Segundo o economista-técnico do Dieese em Curitiba, Cid Cordeiro Silva, o departamento ainda está cruzando informações do IBGE e do cadastro geral de empregos. O Estado tem hoje 1,3 milhão de trabalhadores no mercado formal, com carteira assinada.
Apesar do nível de emprego no Paraná ter aumentado entre 3% e 5% em relação ao ano passado, o montante dos recursos referentes ao 13º salário é praticamente o mesmo de 99, segundo Silva. No ano passado, foram injetados R$ 1,6 bilhão, lembrou. O problema é que a renda diminuiu neste ano. O Dieese ainda não tem os números oficiais de quanto será injetado nas economias de Curitiba, Londrina e Maringá. (Colaborou Cláudia Lopes, de Londrina).