Imagem ilustrativa da imagem Série A de 2022 pode continuar rebaixando grandes
| Foto: .

A primeira divisão do futebol brasileiro tem um ar cada vez mais rarefeito para os clubes grandes. Se considerarmos que ainda há 12 grandes no Brasil, apenas três deles (Flamengo, São Paulo e Santos) podem falar que nunca caíram. Se considerarmos também os times que já foram campeões brasileiros, todo ano cai alguém que em determinada temporada gritou é campeão.

Em 2021 mais três campeões foram rebaixados. Grêmio, Bahia e Sport são agora da Série B. Botafogo e Coritiba voltam para a primeira divisão para tentar campanhas que se assemelham mais às de 1995 e 1985, quando foram campeões, e não as últimas.

Quem quiser entrar em casas de apostas de qualidade para apostar sobre o Campeonato Brasileiro da Série A, seja jogo a jogo ou em apostas a longo prazo, tem que considerar o fato que glórias passadas não indicam vitórias no presente.

Por isso é preciso ficar muito atento às odds e fazer estudos sobre as fases das equipes, os elencos, quem está jogando, lesionado, suspenso e colocar tudo isso na balança com maior peso do que o nome ou a tradição.

Devem cair mais campeões em 2022

Dos chamados 12 grandes (4 de São Paulo, 4 do Rio de Janeiro, dois de Minas e dois do Rio Grande do Sul), tivemos 13 rebaixamentos desde o começo dos pontos corridos, em 2003. Ou seja, quem fica surpreso com o rebaixamento de um grande não compreendeu que o cenário mudou.

Assim como nas grandes ligas europeias houve uma mudança de forças e a entrada em cena de patamares entre os grandes, algo que não existia tanto. Desde 2015 apenas quatro clubes venceram o Campeonato Brasileiro: Corinthians (duas vezes), Palmeiras (duas vezes), Flamengo (duas vezes) e o Atlético-MG (uma vez, em 2021). Apesar do Corinthians ter desafios financeiros que os outros três não têm, essas quatro equipes são as mais fortes para 2022, com Galo, Fla e Palmeiras tendo superioridade contra o Timão, que se reforçou bastante nos últimos meses.

Os outros clubes grandes têm restrições financeiras e de ano para ano podem variar entre brigar por uma vaga na Libertadores ou estar próximo da zona de rebaixamento. O Santos foi finalista da Libertadores em 2020 e brigou para não cair em 2021. O Athletico venceu a Copa Sul-Americana, chegou na final da Copa do Brasil, mas no Brasileiro só se livrou do descenso na penúltima rodada.

Por fim, o Grêmio era um modelo de gestão pragmática e bons resultados sem grandes investimentos. Mas um ano ruim, com a saída de Renato Gaúcho e contratações ruins derrubou o Tricolor para a segunda divisão.

Essa é uma lição que todos os grandes têm que levar em conta: abaixo dos principais times, todos estão sujeitos a um ano de pesadelos.

Os pequenos e médios estão organizados

A má gestão financeira e intrigas políticas já derrubaram muitas equipes grandes ao longo dos anos. Mas nos últimos anos outra “novidade” está causando arrepios nos gigantes: os médios e pequenos estão acertados.

O Red Bull Bragantino chegou na primeira divisão com muito dinheiro e logo garantiu seu espaço lá em cima. Atlético-GO, Fortaleza e Ceará têm histórias diferentes, mas os três são competitivos dentro de campo e arrumados fora dele. Isso não evita descensos, o que aconteceu com o Bahia, por exemplo, mas foi-se o tempo que clubes fora dessa panelinha de 12 grandes eram sacos de pancada. Agora eles brigam por vaga na Libertadores enquanto grandes penam até na segunda divisão.

O Cuiabá escapou por pouco da segunda divisão depois de um segundo turno ruim. Para 2022 o objetivo é novamente brigar para não cair. Mas comparado ao Botafogo, por exemplo, o time do centro-oeste não tem por que se acovardar: seu mando de campo é forte, os salários estão em dia e as contratações respeitam critérios técnicos.

Agora cabe a clubes como o próprio Botafogo entender que nesse futebol brasileiro com vários patamares, quem sobe da Série B, não importando suas glórias passadas, terá que subir degrau a degrau com paciência, precisando superar primeiro os clubes que não são considerados grandes, mas que dão dores de cabeça a seus rivais constantemente.