O Corinthians precisa se preocupar com o rebaixamento no Brasileirão?

O torcedor do Corinthians desde o Campeonato Brasileiro da temporada passada está roendo as unhas. Se em 2020 a chegada de Vagner Mancini levantou a moral rapidamente para criar uma folga, que ficou perigosa mais para o fim, em 2021 Mancini já foi demitido e agora é Sylvinho quem está com a batata quente. A dúvida se o Corinthians conseguirá fazer um campeonato sem sustos ainda não tem resposta.

O time atualmente está no meio da tabela e se não ganha tanto, pelo menos não perde muito. Os empates representam mais da metade dos jogos totais. Ou seja, para os palpitadores de plantão, ao entrar no Sportsbet.io fique de olho no empate porque ele costuma pagar uma odd mais alta que a vitória de um dos times e o Timão gosta de um jogo que termina sem vencedores.

O preocupante é que alguns desses empates foram em casa para equipes que não estão bem, como o Internacional e o São Paulo, o que exige pelo menos vitórias fora de casa para compensar. Antes que o torcedor do Timão entre em desespero, é preciso ter calma.

Os times que estavam na Série B vão sofrer

Nenhuma das equipes que veio da Série B deve repetir o que o Red Bull Bragantino fez em 2020: um campeonato sólido, terminando na décima posição. O Juventude teve um bom início, mas até o mais fanático torcedor do time de Caxias irá admitir que o primeiro desafio antes de qualquer sonho é estar bem encaminhado para chegar aos 45 pontos, o número sagrado para quem quer escapar da degola.

O Cuiabá não começou o Brasileirão bem e de forma inacreditável demitiu Alberto Valentim logo após o primeiro jogo. Jorginho chega precisando fazer o time ser criativo, já que é o que menos tem finalizações certas na competição.

Já a Chapecoense, com Jair Ventura, tem uma defesa que está sendo vazada e isso não pode continuar se a equipe catarinense quer permanecer na Série A. O time subiu com uma campanha surpreendente, já que tem limitações financeiras sérias, mas a sobrevivência na elite exige reforços, que chegam aos poucos.

Por fim, o América-MG finalmente conseguiu reagir depois de demitir Lisca após uma sequência de maus resultados. O time está ficando marcado por ser um ioiô, aparecendo na Série A de vez em quando mas caindo rapidamente. Para mudar isso vai precisar que Vagner Mancini extraia o máximo de seus jogadores.

Grandes em perigo

O Campeonato Brasileiro de 2020 foi um golpe traumático para clubes tradicionais. Três campeões brasileiros caíram (Vasco, Botafogo e Coritiba) e talvez em 2021 tenhamos mais algum. O Grêmio começou o campeonato de forma horrorosa, sem conseguir vencer ao ponto que Tiago Nunes foi demitido e ninguém questionou muito.

Mas a surpresa fica por conta do São Paulo, que apresentou bom futebol no estadual com Hernan Crespo e foi campeão depois de 16 anos de jejum na competição. Mas o Brasileirão que é bom... até agora é uma gigantesca desilusão e quem colocou o Tricolor como candidato ao título já teve que tirar de sua relação porque a diferença para o Red Bull Bragantino ultrapassa as cinco vitórias já.

E o Corinthians?

O núcleo tão vitorioso envelheceu e falha em alguns jogos. Os jovens ainda são muito verdes e já são jogados na fogueira, sendo que o Timão historicamente não trata muito bem suas revelações. E os reforços, se chegarem, não serão brilhantes porque o clube vive uma crise financeira enorme.

Mais do que um estrategista, Sylvinho precisará ser um apagador de incêndios e buscar pontos de cada vez, sem conseguir fazer maiores planejamentos porque o elenco não permite isso. Um ano sem sustos é algo que a torcida do Corinthians já comemoraria, mas para isso precisa voltar a solidez defensiva que se perdeu no pós-Carille. O ataque não será brilhante porque faltam jogadores habilidosos e que decidam de forma constante, algo que Luan deveria assumir mas já ficou claro que não consegue.

O cenário não é dos mais bonitos, mas um ano de transição pode ser bom para desenvolver algumas peças mais jovens em duelos pegados e de peso. Há equipes piores e alguns grandes já entram em uma crise que o Timão ainda não tem.