Mais de metade dos times da série A de futebol têm patrocínio de um site de apostas esportivas. No momento atual, de acordo com o Terra, são 13 os clubes que apresentam um acordo de patrocínio desse tipo, mas já chegaram a ser 16. É possível que, uma vez ultrapassada a circunstância atual e com a retoma econômica, o número de times patrocinados por casas de apostas esportivas volte a crescer.

O mercado brasileiro, ainda segundo o Terra, é nesse momento “ocupado” por cerca de 450 sites de apostas. A concorrência é grande, mas o mercado brasileiro é muito interessante para todas essas empresas internacionais, podendo vir a ser um dos maiores do mundo.

Em fase de regulação

As apostas desportivas em sites estrangeiros já não eram ilegais, pois a lei só proibia a operação e o uso de banca de apostas em território nacional. A “terra-de-ninguém jurídica” que se viveu nos últimos anos permitiu que surgissem os primeiros acordos de patrocínio de uma atividade que, supostamente, seria ilegal em nosso país.

Mas com o sancionamento da MP 846 em dezembro de 2018 pelo presidente Michel Temer foi dado o passo decisivo. O governo sinalizava sua vontade de regular o fenômeno, vir a permitir o estabelecimento de empresas brasileiras em concorrência com as casas de apostas online internacionais e recolher a respectiva receita fiscal. O Terra estima que poderiam ser coletados entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões/ano em impostos sobre as receitas dos sites de apostas, ao seu ritmo atual.

Facilidade de acesso

As apostas esportivas são um fato em grande parte dos países do mundo. No imaginário do cidadão são ainda muito associadas à Europa, mas na verdade é na Ásia que está o maior mercado mundial, medindo entre os diversos continentes. A grande paixão de chineses e outros povos vizinhos está no futebol europeu, mas o Brasileirão também consegue atrair muitos interessados na Ásia – algo que poderá ser muito positivo para o futebol-indústria nacional. Também na América do Norte o fenômeno de apostar online tem vindo a crescer.

Hoje em dia os sites de apostas esportivas oferecem serviços muito completos, com facilidade no acesso (até via celular), plataformas informáticas de qualidade e bom suporte ao cliente. Os altos níveis de concorrência também obrigam cada empresa a dar o seu melhor para conseguir mais clientes que sua vizinha.

Fase de maturidade

Tudo isso leva a olhar o fenômeno dos patrocínios de casas de apostas esportivas a times de futebol como sinal de maturidade do próprio mercado. As apostas em futebol e outros esportes viraram entretenimento em grande escala e uma opção ao alcance de qualquer cidadão, tanto no Brasil como em grande parte do mundo. O processo está apenas em seu início.

Do ponto de vista econômico, acaba sendo justo: o capital conseguido por essas empresas graças ao futebol é “devolvido” aos profissionais (jogadores, técnicos, dirigentes, etc.) que permitiram esses ganhos de capital. É mais uma fase no desenvolvimento do futebol como indústria de entretenimento. Assim possa a Receita Federal conseguir também sua parte do bolo, bem necessária para a recuperação da economia.