A pandemia de Covid-19 obrigou boa parte da população a se reinventar. Com o isolamento social necessário à contenção da doença, praticamente todas as pessoas tiveram que repensar a forma de trabalhar, socializar e de executar várias atividades cotidianas.

Para evitar a exposição ao patógeno, muitos optaram por fazer suas compras online. Com efeito, em todo o mundo, o e-commerce experimentou um acentuado crescimento desde que a pandemia foi declarada: a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) afirma que houve um aumento médio de 400% na quantidade de estabelecimentos que passaram a vender digitalmente.

Se, por um lado, houve uma ampliação de horizontes para os negócios, por outro, criminosos estão mirando cada vez mais quem consome pela internet. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) alerta para um aumento de 80% nos golpes entre os clientes de bancos brasileiros durante o período de isolamento social.

Por mais que os mecanismos usados pelas quadrilhas sejam cada vez mais sofisticados, especialistas apontam que é possível reconhecer alguns sinais de tentativa de crime. Quando isso acontecer, é preciso fazer a denúncia às autoridades competentes.

Golpes são direcionados especialmente a idosos


Os idosos são um segmento da população que, historicamente, está cada vez mais na mira dos criminosos. Fatores como o desconhecimento a respeito das plataformas digitais e até mesmo a solidão experimentada por muitas pessoas de idade, os tornam ainda mais suscetíveis a golpes.

Por exemplo: aposentados e pensionistas têm direito a uma série de condições diferenciadas em bancos, incluindo o empréstimo consignado INSS. Por meio do roubo de informações, é possível que criminosos consigam todos os dados necessários para requerer esse tipo de crédito. Também é possível que o valor referente à aposentadoria ou à pensão seja desviado, impedindo que o beneficiário tenha acesso à quantia.

No caso dos idosos, o recomendável é que a família esteja sempre atenta a pessoas que se aproximem de forma suspeita, especialmente se solicitarem dados bancários. Isso é importante pois, nos termos da legislação brasileira, é possível que servidores do INSS entrem em contato para solucionar pendências, o que abre uma oportunidade para que criminosos o façam com fins maliciosos.

Phishing é um dos golpes mais comuns no Brasil


Atualmente, a engenharia social é considerada a ferramenta mais usada por criminosos para dar golpes em canais digitais. Trata-se de uma técnica por meio da qual é possível manipular o comportamento do usuário, induzindo-o a tomar determinada atitude.

O Phishing, considerado um dos golpes mais comuns no Brasil, é a engenharia social colocada em prática. Nele, os golpistas simulam um ambiente que proporcione confiança - como o site de um banco, por exemplo - fazendo com que o usuário se sinta à vontade para proporcionar dados sensíveis, como informações financeiras e de cartão de crédito. A partir disso, os criminosos podem fazer uma série de transações em nome da vítima.

Sistema Pix está sob a mira de criminosos


Recentemente, o Banco Central anunciou uma ferramenta que promete acabar com as taxas de TED e DOC: o Pix. Trata-se de um sistema de pagamentos instantâneos que poderá ser usado tanto por estabelecimentos comerciais quanto por pessoas físicas. Diversas instituições já estão enviando comunicados a seus clientes informando-os da novidade e incentivando-os a fazer o pré-cadastro para aproveitá-la.

Por mais promissora que a solução pareça, é preciso ter em mente que criminosos já estão mirando o cadastro para o Pix como oportunidade para aplicar golpes. Normalmente, trata-se de iniciativas estilo Phishing, nas quais as quadrilhas simulam ambientes legítimos de bancos e financeiras, induzindo o cliente inserir os seus dados.

Novamente, manter atenção redobrada e entrar em contato com a sua instituição financeira são essenciais para evitar tais golpes. Caso o convite para inscrever-se no Pix venha por um canal não oficial, suspeite.

Cartões de crédito requerem atenção especial


Devido à facilidade para fazer transações e ao fato de alguns clientes terem limites elevados, os cartões de crédito são algo que desperta o interesse de golpistas. Graças ao comércio eletrônico, essa tendência se intensificou: além da tradicional clonagem, que acontece em estabelecimentos físicos, o roubo de dados tem se tornado mais corriqueiro, principalmente por meio do Phishing.

Além disso, vale destacar que nem todos os golpes que envolvem cartões de crédito acontecem de forma digital. Existem criminosos que entram em contato por meio telefônico, fazendo-se passar por funcionários de bancos e induzindo a transmissão de dados. Novamente, ficar atento e suspeitar de contatos que fujam dos canais oficiais é a melhor maneira de se precaver.