Imagem ilustrativa da imagem Alimentos fora de qualidade podem ser descobertos com titulação
| Foto: Vanessa Loring por Pexels

A qualidade dos alimentos não é uma prioridade apenas dos consumidores, mas especialmente da indústria alimentícia. O setor precisa seguir uma série de normas, se quiser entregar produtos de qualidade aos clientes.

Além de aspectos como sabor, textura, aroma, as fabricantes devem considerar se um alimento está dentro de uma margem para determinada substância, por exemplo, açúcar. Embora esse componente seja essencial para dar o gosto adocicado, ele não pode ser consumido em excesso.

Atualmente, a indústria de alimentos realiza a titulação de maneira cada vez mais precisa para se certificar da qualidade do que produz. A titulação é uma técnica usada para medir a quantidade de uma substância em uma solução. Saiba mais!

Por que a titulação está cada vez mais precisa

A titulação é realizada há anos. O método original ou manual, chamado de método de Mohr, utiliza o uso de cromato de potássio para reagir com nitrato de prata, formando o composto de cromato de prata, que é tóxico. Por conta dessa particularidade, a técnica sempre envolveu bastante cuidado e atenção dos especialistas.

Porém, como parte do avanço da indústria, agora existe uma forma de fazer a titulação automática. Isso não envolve a adição de um indicador, como o nitrato de prata ou qualquer outro. Por meio de um aparelho simples de usar, que possui um eletrodo, é possível ler e fazer medições com facilidade.

Na prática, pode-se dizer que a titulação automática é mais segura; precisa, pois não requer a observação humana para identificar mudanças na solução e exige menos tempo, já que o profissional obtém o dado rapidamente e pode se concentrar em outra tarefa.

Grande parte das fabricantes de alimentos utilizam esse método mais moderno por conta de todas essas vantagens. Até porque, elas sabem que a qualidade do que entregam é essencial para que continuem no mercado.

Análise de sal e acidez

Duas das principais análises que são feitas com a titulação são as para descobrir os níveis de sal e acidez. No caso do primeiro, o cloreto de sódio é medido em todas as fases da produção, desde o recebimento das matérias-primas até os estágios finais.

Vale notar que todos os alimentos possuem um teor máximo de cloreto de sódio que devem se enquadrar. Os biscoitos, por exemplo, não podem ultrapassar os 3.43 gramas a cada 100 gramas, já a manteiga deve ter no máximo 0.60 gramas a cada 100 gramas.

A acidez também é algo que requer cuidado, pois influencia no sabor e até na aparência. Para esse caso a titulação envolve uma base forte, por exemplo, o hidróxido de sódio, já que o método de Mohr não funciona em um pH ácido. Assim como o sal, os alimentos não podem ser muito ácidos, sendo o pH máximo do leite 8.4, de molho de tomate 8.1 e assim por diante.

Outros tipos importantes de análise

Embora seja importante descobrir se um alimento é muito ácido ou tem muito sal, existem muitas outras análises que precisam ser feitas para garantir que ele é seguro. Uma delas é a microbiológica, que ajuda a evitar surtos de intoxicação alimentar. Para isso, a indústria pode usar ágares para cultivo de alguns organismos e compará-los com uma amostra. O ideal é que os produtos estejam dentro de um padrão, caso contrário, poderão estar contaminados.

Como os alimentos têm um grande risco de sofrerem contaminação, a indústria também está aprimorando as técnicas para evitar esse perigo. Para identificar salmonella, que é uma bactéria capaz de levar a óbito, por exemplo, já é possível usar biossensores, isso é, dispositivos bioeletrônicos que indicam de forma rápida se há espécies biológicas em uma solução.

Há ainda a análise sensorial, utilizada para medir a qualidade do produto final. Ou seja, é o método de degustar e avaliar de maneira mais objetiva se um alimento é interessante para consumo humano ou não. Além do sabor propriamente, é necessário considerar o aspecto dele, seu aroma e até a textura.

A análise nutricional é outro passo que as fabricantes de alimentos não podem deixar de realizar. Ela é feita para fornecer as informações que serão colocadas nas embalagens, e devem ser precisas, pois há regulamentos para isso.

Como se percebe, existe um longo caminho a ser seguido até que uma matéria-prima se torne um alimento a ser consumido. Mais do que criar um produto saboroso, é necessário que ele seja seguro, livre de contaminação e dentro dos parâmetros estabelecidos para que não prejudique a saúde. Não à toa, as empresas estão usando técnicas mais modernas, incluindo titulação automática e biossensores.