Imagem ilustrativa da imagem Um feliz Natal possível e real
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​Natal é uma celebração que, na maior parte das vezes, é passada em família. É a festa que mais junta as famílias. Pessoas que muitas vezes, ao longo do ano, não se viram, reúnem-se nesta data e matam a saudade. Ao mesmo tempo que é um momento de alegria gera também certa carga de ansiedade e, em muitos casos, até sofrimento avassalador. Não à toa, o período do Natal carrega a maior taxa de suicídios no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

​O que para algumas pessoas é uma época feliz para outras é um momento de grande dor psíquica, por variadas razões. Solidão, depressão, pressões estão entre as causas de muitas angústias sentidas nesta celebração e que fazem com que muitos já comecem a se sentir mal quando o fim do ano se aproxima. Para todo mundo, mas principalmente para algumas pessoas, é preciso saber passar pela overdose emocional que o Natal traz.

​Pessoas queridas que já se foram, comparações com os outros, expectativas que não se realizaram, dificuldades financeiras e de saúde, sentimentos de haver falhado, brigas e famílias desunidas são vários elementos que podem deixar uma pessoa com sérias batalhas emocionais para lidar, mas todos esses elementos têm uma coisa em comum: as coisas nunca são como gostaríamos que fossem, a vida nunca é como esperamos. Essa razão, aliás, é o maior motivo de haver tanto sofrimento no mundo.

​Carregamos uma ideia equivocada de que a vida deveria ser de uma determinada maneira que sonhamos, planejamos ou esperamos, porém as coisas nem sempre funcionam assim. Algumas coisas até se dão como queríamos (que bom), mas frequentemente temos que lidar com a contrariedade de que as coisas e a vida seguem um rumo bem diferente do que tínhamos desejado. O abismo entre o que queríamos e a realidade gera sentimentos muito difíceis de lidar.

​Estamos constantemente tendo que lidar e administrar frustrações. Quando perdemos alguém querido é uma baita frustração. Quando nossa família não é unida e maravilhosa como nos comercias de TV é uma frustração. Quando não conseguimos concretizar muitos sonhos e planos, mais uma frustração. Se estamos enfermos ou com dificuldades financeiras surgem também mais doses de frustrações para digerirmos. A grande questão é que sofremos porque a vida não é como gostaríamos. E ela nunca é.

​Por ser uma festa de fim de ano esperamos que o Natal seja um tipo de celebração que nos traga prêmios para fechar o ano com chave de ouro e quando isso não se dá acabamos acreditando que algo está muito errado. No entanto, podemos aprender a olhar o Natal e a vida com outros olhos. É necessário fazer isso para vivermos bem.

​Tanto o Natal quanto a vida precisam ser encarados com olhos realistas. Nunca a vida será perfeita como nos nossos sonhos, mas precisamos aprender a aproveitar tudo o que for possível. Quando fazemos isso acabamos olhando para aquilo que pode ser desfrutado e não para aquilo que achamos que não temos. Parece pouca coisa, mas mudar o ângulo de visão traz muitas diferenças em como sentimos a vida. Apreciar o que nos é possível é a melhor atitude que podemos adotar. Mesmo que o possível não seja tão bom quanto nas nossas expectativas. Contudo, o possível real é sempre melhor que a fantasia. Fantasia não tem consistência que possa nos nutrir, enquanto a realidade tem.

​Sejamos sábios nesse fim de ano. Viremos nossos olhares para tudo aquilo que podemos usufruir com prazer e aprender a dar de ombros para as frustrações que inevitavelmente sempre estarão presentes. E que essa sabedoria não fique só por agora, mas que possamos carrega-la e expandi-la em nossas vidas.

​Um feliz Natal possível e real!

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina

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