Há basicamente duas maneiras de vivermos: uma de forma consciente e outra de forma inconsciente. Obviamente as consequências de cada maneira de viver são diferentes.

Imagem ilustrativa da imagem Sobre consciência ou iluminação
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Quando vivemos de forma inconsciente isso significa que não sabemos de nós mesmos, dos nossos processos, dos nossos desejos e ficamos sujeitos aos nossos conteúdos mentais mais primitivos e facilmente caímos nas compulsões. Compulsão nada mais é do que repetição. Sabe aquelas pessoas que estão sempre se repetindo? Sempre vivem problemas muito similares, sempre se relacionam com os mesmos tipos de pessoas, obtendo resultados sempre iguais? Estas pessoas sofrem porque entram num ciclo repetitivo sem fim. É muito angustiante.

Como se pode ver compulsões são bem mais do que vícios em drogas ou álcool, mas qualquer tipo de repetição que se dá em nossas vidas de maneira cíclica. Ficamos limitados e presos de grande angústia quando respondemos às compulsões. Podemos até nos dar conta do nosso sofrimento, mas não percebemos geralmente que essas repetições são frutos do quão inconscientes estamos vivendo.

A grande maioria de todos os nossos sofrimentos têm origem na nossa maneira inconsciente de viver. Nos desconhecemos e por isso mesmo ignoramos quais “pensamentos” e/ou emoções estão nos controlando. Quando esses pensamentos/emoções nos guiam eles nos levam para destinos que na verdade não queremos e que nem nos fazem bem. Daí ser tão comum as pessoas afirmarem que não queriam tais ou quais coisas em suas vidas, mas que algo acontece que sempre as levam a esses resultados insatisfatórios.

Há pessoas que culpam até mesmo seu signo do zodíaco ou o destino por suas vidas terem sempre determinadas repetições. Dizem: “sou assim por causa do meu signo” ou “meu destino/carma é mesmo ruim”. Não se dão conta e nem se responsabilizam pela própria ignorância de como vivem.

Desenvolvermos consciência é primordial para a nossa boa qualidade de vida. Com consciência podemos perceber e lidar com nossas emoções e pensamentos de maneira mais adequada, podemos transforma-los e com isso enriquecer a vida mental. Quando estamos mais conscientes nos percebemos mais e podemos escolher melhor e com mais inteligência como lidamos com a vida e suas dificuldades.

Quando dizemos que alguém é uma pessoa experiente e vivida estamos na verdade no referindo o quanto essa pessoa é consciente tanto de si mesma quanto do mundo que a rodeia. É alguém que abre os olhos de sua percepção e por isso mesmo aprende mais e se enriquece mais. As filosofias orientais falam muito de iluminação. Esta não é um processo mágico esotérico, mas acima de tudo um processo de conscientização. É o verdadeiro acordar para a vida. Buda, por exemplo, costumava dizer que a fonte de todo mal no mundo era a ignorância (inconsciência) e que o antídoto era a iluminação (consciência).

Não precisamos ser místicos esotéricos afastados do mundo para vivermos bem. Podemos e devemos aprender a olhar melhor para nós mesmos. Ou em outras palavras, precisamos nos permitir a estar mais conscientes de nós mesmos, do que fazemos, de como escolhemos viver. É trabalho árduo, contudo. Mas que vale muito. Quem está consciente/iluminado enxerga melhor a si mesmo e tudo o mais que há em volta.

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A opinião do colunista não é, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina

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