Criada em 2014 por psicólogos de Uberlândia, a campanha Janeiro Branco tem por objetivo chamar a atenção dos indivíduos e da sociedade para a importância da saúde mental. No início do ano, a maioria das pessoas tem hábito de fazer planos e arranjos para o ano que começa. Planos que contemplam uma ampla gama de possibilidades, mas muitos esquecem de cuidar da própria saúde mental. Indo direto ao ponto, sem saúde mental a vida fica sem qualidade. Podemos até ter uma vida confortável e segura, mas sem saúde mental a vida fica sem sentido e viver vai se tornando um fardo. Quando não cuidamos do nosso mundo interno a vida fica intolerável.

Imagem ilustrativa da imagem Sem saúde mental a vida se torna um fardo
| Foto: iStock

Uma pessoa que não conta com uma boa saúde mental tem dificuldades para trabalhar, estudar, se relacionar, encontrar realizações. A vida fica muito custosa e viver assim é sempre algo desfavorável e que contribui para o desenvolvimento de muitos transtornos que poderiam ser evitados. Se uma pessoa nessas condições já causa tantos inconvenientes para a própria vida, imagine muitos nesta situação? A pobreza em saúde mental causa prejuízos em todas as facetas da sociedade. É um problema sério.

Falar de saúde mental ainda é um tabu, ou seja, causa desconforto e o assunto fica restrito àqueles que são tidos como “loucos ou problemáticos”. Agora, nesses dois anos de pandemia da Covid-19 alguma é inegável que houve uma transformação sobre o tema. Foi um primeiro passo para muitos outros ainda necessários. Com as pessoas enfrentando uma vida isolada, sem muito ou nenhum contato com outros, com mudanças bruscas no trabalho e na forma de viver, muita gente começou a perceber a importância de se ter saúde mental. Nunca se falou tanto sobre o assunto quanto agora, mas são poucos os que realmente vão em busca de ajuda profissional. Menor ainda a atenção que a sociedade e governos dão para as políticas públicas sobre saúde mental.

Temos no Brasil, por exemplo, uma das melhores políticas públicas para a prevenção do HIV e de cuidados para os portadores de HIV. O País acertou em cheio nisso e faz um trabalho exemplar, mas estamos muito aquém e atrasados no que concerne à saúde mental.

Não só no Brasil, mas no mundo inteiro saúde mental é algo que traz incômodo de se falar. Quando alguém sofre de algo da dimensão subjetiva é visto como fraco, como alguém cheio de “frescuras”, que não tem nada melhor para fazer e não como um problema sério e que pede por atenção. Porém, o que é saúde mental?

Podemos dizer de forma muito simples que saúde mental é o que ajuda uma pessoa a se conduzir na vida de maneira mais favorável. A vida traz inúmeras dificuldades e sofrimentos, mas como vamos lidar com eles é o que conta. Podemos enfrentá-los de uma maneira mais eficiente ou menos eficiente. A maneira como abordamos o que nos acontece ao longo da vida faz toda a diferença.

Podemos e precisamos aprender a lidar melhor com nossas mentes. Não canso de falar que é o melhor recurso que dispomos para viver bem. Precisamos nos responsabilizar mais pelo que fazemos e deixamos de fazer em nossas vidas e mudar o que for possível para que encontremos uma vida mais satisfatória. Quem se responsabiliza mais por si próprio assume as próprias rédeas da vida e não fica tão sujeito aos imperativos das próprias compulsões e do mundo externo. Cuidar da própria saúde mental é tornar-se humano e humanidade é algo que está em falta nesses mais de 7 bilhões de pessoas por aí.

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