​As pessoas, de forma geral, ficam com medo de cometer erros. Realmente, há erros que são bastante danosos, que trazem prejuízos, mas viver sem errar é algo impossível. Aliás, não. É até possível viver sem errar, porém, apenas se alguém se “paralisar”, procurar não viver nada. Como já disse Albert Einstein “Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca tentou algo que seja novo”.

​É como dizer que um time de esporte qualquer é maravilhoso porque nunca perdeu um jogo sequer, mas quando se olha mais de perto vê-se que nunca perdeu porque nunca jogou nenhum até agora. Quando nos imobilizamos, quando procuramos não viver, a chance de não cometermos erros é bem grande, mas por outro lado não vivemos nada também.

​É muito comum, infelizmente, que inúmeras pessoas deixem de fazer coisas em suas vidas por medo de errar em algum momento. Parece mentira, mas é verdade. Na verdade, temem não o erro em si, que não tem nada de mais, mas a frustração caso o que se propõem a fazer não dê certo ou não seja tão bom quando esperavam que fosse. A frustação é que traz o medo e não o erro. A frustração é uma desilusão.

​Uma das maiores dores nesse mundo é a dor da desilusão. Quando nos propomos algo e saímos do plano das expectativas e vamos para a realidade é bastante frequente que em um dado instante a desilusão se faça presente. Todo mundo sabe disso. É impossível fazer o que quer que seja no mundo se não aprendermos a tolerar alguma dose de frustração. A realidade nos oferece muito mais frustrações do que gratificações. Sim, a vida é dura e nunca nos foi prometido um mar de rosas calmo e tranquilo.

​Há turbulências e uma hora ou outra vamos cair. Isso faz com que algumas pessoas “resolvam” tentar paralisar o máximo possível suas vidas. Vão cair menos, vão engolir menos água, com certeza, mas também não vão aprender coisas importantes em suas vidas nem ganhar experiências que venham a enriquecer e fortalecer a forma como lidam com as diversas adversidades que sempre surgem.

​Me lembrei de um caso que ocorreu na cidade de São Paulo ano passado. Uma criança de um condomínio estava no playground e caiu de um brinquedo, quebrando o braço. A mãe fez um escarcéu e acionou até a justiça para que o tal brinquedo fosse tirado do playground. Evidentemente que pode haver brinquedos que oferecem riscos e eles devem ser triados, ou brinquedos que necessitam de manutenção, mas não era nenhum desses casos. A criança simplesmente caiu e teve uma situação muito infeliz e triste, mas não tem como proteger essa criança de todos os perigos do mundo. A mãe não vai poder tirar todos os riscos que o mundo oferece e ela também não vai estar sempre presente na vida de seu filho para preservá-lo de tudo e de todos. Tirar o brinquedo não seria uma boa solução. Trancar a criança em casa e não deixa-la se levantar da cama também não seria solução. Só resta mesmo aprender com a experiência e ficar mais calejado para a próxima vez. A criança cometeu um erro lá no brinquedo, mas certamente em uma nova tentativa ela poderá estar muito mais preparada e sábia.