Imagine um supercomputador desenvolvido para as mais complexas tarefas que possam existir. A sua capacidade é gigantesca e capaz de cálculos precisos. Agora, imagine esse potente e fabuloso computador sendo usado apenas para enviar e receber simples e-mails e nada mais. O que você acharia disso? Provavelmente, poderíamos dizer que se trata de um enorme desperdício. É exatamente assim que a maior parte das pessoas vivem suas vidas: num desperdício.

Imagem ilustrativa da imagem A mente: nosso maior recurso
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Somos muito mais complexos que qualquer computador, somos muito mais preciosos. Estamos vivos, somos capazes de criar imensas maravilhas, de curar, de pensar e produzir as mais variadas e fantásticas soluções para muitos dos nossos problemas. Porém, como vivemos? Como usamos nossas potencialidades e possibilidades? Parece que as desperdiçamos.

Nossa mente é um recurso que possuímos sobre o qual ainda pouco entendemos. Não desenvolvemos nossas mentes nem mesmo para nossa vida diária, para os nossos relacionamentos e para as maneiras que vivemos. A verdade é que nos desperdiçamos.

Há uma confusão quando falamos de mente. Muitos acham que mente e cérebro tratam-se da mesma coisa, mas não. Cérebro é o nosso órgão, é orgânico, faz parte do nosso sistema nervoso. Mente é muito maior. O cérebro seria o hardware da nossa vida, por assim dizer, enquanto a mente seria o software. Isso é linguagem da tecnologia. O hardware em um computador executa a tarefa no nível da máquina e o software fornece instruções para o hardware.

Bom, somos muito mais complexos que qualquer tecnologia, mas pouco conhecemos sobre como funcionamos - e quando não sabemos como algo funciona, acabamos usando mal esse algo. Assim estamos vivendo. Não nos damos conta de um dos nossos maiores recursos, que é a nossa mente.

Uma mente não desenvolvida dá “instruções” equivocadas. O resultado é viver mal, sem qualidade, sem prazer e bem aquém do que poderíamos. É um desperdício, não concordam? Não é à toa que há tanto sofrimento na vida, tantos desentendimentos. Muitas das doenças emocionais e distúrbios psicológicos que enfrentamos vêm do quão pouco sabemos usar nossas mentes.

Agora, as questões que ficam são: como a usamos melhor? Como podemos desenvolvê-la? Bom, quando queremos compreender como funciona um dado equipamento precisamos nos familiarizar com ele ou, em outras palavras, conhecê-lo. Não há outra maneira. E com a gente funciona da mesma forma. Todavia, somos bem pouco familiarizados conosco. O que mais há são pessoas que evitam o contato consigo próprias, com as próprias dores e medos e fugindo tanto assim não abrem espaço para conhecerem a si mesmas.

É triste quando as pessoas não se utilizam de maneira eficiente, de maneira a gerar vida. Há um medo em cada um de se expandir, já que se expandir demanda trabalho e assumir responsabilidades. Cada um é responsável pela própria mente, pelas decisões que toma e pelas consequências que causam nas próprias vidas e em seu entorno. Até quando vamos desperdiçar nossa verdadeira força? Até quando vamos sobreviver, em vez de aprender a viver de fato? Até quando vamos negar que temos uma mente que precisamos aprender a usar?

A opinião do colunista não é, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina

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