Um estudo da universidade de Harvard apontou o que pode gerar felicidade. Nesse trabalho 724 participantes tiveram suas vidas monitoradas ao longo de 85 anos, sendo verificados o estado de saúde e a maneira que viviam. A cada dois anos passavam por baterias de exames clínicos e de entrevistas que buscavam entender quais fatores influenciavam em seu nível de felicidade e ao contrário do que muitos imaginam elementos como dinheiro, carreira, fama, exercícios e até mesmo dieta tiveram pouca influência naqueles que se percebiam mais felizes. Não que essas coisas não sejam importantes e até vitais para a vida, mas o que mais atuava na formação de felicidade eram a qualidade de seus relacionamentos.

A descoberta desse importante estudo mostrou que relacionamentos com qualidade deixavam as pessoas mais felizes e por isso mesmo mais saudáveis e, por conseguinte viviam por mais tempo. Pessoas felizes tendem a cuidar de sua saúde com mais discernimento e não se colocam em perigos desnecessários. Quem é feliz quer aproveitar tudo o que for possível da vida, até a última gota e por isso mesmo vai valorizá-la.

A qualidade dos relacionamentos afetivos que vivemos afetam nosso bem-estar e nossa saúde física. Relacionamentos afetivos saudáveis geram a possibilidade de haver pessoas saudáveis que se sentirão felizes. A felicidade, ainda que incansavelmente perseguida por todos, é muito mal compreendida. Achamos que ela depende do quão ricos financeiramente somos, do quanto somos de um jeito ou outro e não damos o devido valor para como nos relacionamos. Se acreditamos que a felicidade só vem de fatores externos ficamos numa corrida implacável para obter esses elementos externos e mais nos desligamos do que podemos viver de fato.

Com o que investimos nosso tempo que é sempre escasso e passageiro? Não estaremos eternamente nesse mundo e quando percebemos que o tempo é algo que tem prazo de validade precisamos investi-lo bem e não desperdiça-lo. Infelizmente, acabamos perdendo muito tempo com coisas que no fundo não nos são importantes, mas que achamos que são importantes. Ou seja, nos enganamos. A falta de discernimento sobre o que é realmente valioso pode nos fazer realizar investimentos inúteis.

Relacionamentos saudáveis se dão quando nos sentimos suficientemente seguros com o outro, quando podemos aprender, quando há espaço para se aproximar, trocar experiências e desenvolver afetos pelos outros. Em outras palavras, quando podemos realizar o potencial de nos tornar verdadeiramente humanos. Não é algo que se dá da noite para o dia, mas todo um processo que requer dedicação e tempo. Alguns conseguem isso dentro de suas famílias, outros não. Nem sempre toda família propicia esse espaço e nesses casos cabe a cada um, da melhor forma que lhe for possível, procurar em outros lugares e outras pessoas construir relacionamentos saudáveis que lhe permitam crescer e se expandir. Haverá tropeços nessa jornada, no entanto o que importa é que quando caímos possamos nos levantar mais fortes e preparados para não mais cair nos mesmos buracos. As conexões emocionais que vamos formando ao longo da vida é que são a chave para a nossa felicidade. Já pensou em como você vive os seus relacionamentos?

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