Para mim, meditar é uma prática cada vez mais necessária. Em tempos de profundas transformações, onde certezas e hábitos vêm sendo desconstruídos e repensados, voltar-se para si mesmo abre espaços para que possamos nos ouvir. Muitos perguntam qual a finalidade disso, ouvir-se para quê? Saber o que se passa dentro da gente sempre me pareceu a resposta mais simples. Muito difícil reconhecer o que queremos sem ouvir nossos “interiores”.

Estamos há muito habituados a nos ocupar sem parar e a nos distrair de nós mesmos. Ocupações e distrações não faltam. É gente demais, são informação demais, opinião demais, opção demais, notícias demais e todos falam ao mesmo tempo. Onde há muito barulho, pouco se ouve.

E vem uma pandemia de proporções mundiais. Em pouquíssimo tempo a vida como a conhecíamos entra em colapso. Atônitos, tentamos nos situar frente a novos paradigmas e necessidades. Aí cresce a ansiedade, como uma onda gigante, e ao invés de usarmos o tempo excedente para nos examinar e nos refazer, preferimos nos afundar em redes sociais, falar mais e mais e expressar angústias e fugas em plataformas digitais. Não nego que isso ajude, mas ao menos para mim não basta.

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. | Foto: Adriano Garib

Parece que o piloto sumiu. Assumir o comando da aeronave parece, de longe, a melhor escolha. A vida que levávamos até bem pouco tempo dava boa margem de chance para a opção “piloto automático”, o que invariavelmente nos levava a usá-lo com certa confiança. Nesse mundo movediço de plenas incertezas e futuro incerto, sair do modo automático é mais que necessário, é questão básica de sobrevivência.

Ademais, todos sabemos que só saúde física não basta. Sem saúde mental o corpo físico, cedo ou tarde, sucumbe. E frente a esse flagelo mundial que estamos vivenciando, manter a sanidade é mais que necessário.

Meditar é fechar os olhos, respirar calmamente e deixar os pensamentos passarem. A primeira coisa que se percebe é que pensamentos são caóticos e incessantes. Isso incomoda no começo. Aos poucos, aprendemos a não dar demasiada importância ao caos de nossas mentes atribuladas e a somente observá-lo, bem como observar nossas reações ao permanecermos imóveis. Com a prática constante, - duas vezes por dia durante 20 minutos é uma boa indicação - passamos a notar que grande parte dos pensamentos e incômodos é passageira e quase nada disso pertence a nós. Trata-se, antes, de uma barulheira mental causada pelo “mal do século”, a ansiedade. Silenciar a mente e aquietar o corpo faz grande diferença.

Os benefícios da meditação para a saúde física e mental são assombrosos. Para não me estender, deixo aqui um link esclarecedor (https://meditacao-online.com), onde os interessados poderão se inteirar um pouco mais sobre essa prática.

Quase sempre por preguiça ou comodismo, tendemos a dar preferência aos ansiolíticos. Acontece que a medicina tradicional nos ensina a fazer uso dessas substâncias, mas não dispõe de nenhum método seguro para nos ajudar a deixar de usá-las. Tornar-se dependente desse tipo de medicamento é certamente algo indesejável: um grande prejuízo para a saúde e muito difícil de largar.