“Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta.”

(Dilma Rousseff, em 28 de julho de 2015)

Imagem ilustrativa da imagem Quem esse cara pensa que é?
| Foto: Luciano Oliveira/Divulgação.

Na noite de ontem, Fabiano Zanzin lançou em Londrina o seu livro “A Caminho do Topo”. Hoje eu gostaria de contar a vocês uma pequena história sobre o Fabiano.

Quando aquele barbudinho de óculos entrou na sala de reuniões da empresa em que eu trabalhava, a autora da frase acima ocupava a Presidência da República. Mesmo nascidos e crescidos em um país acostumado às crises, vivíamos um momento especialmente terrível.

O nome do barbudinho era Fabiano Zanzin; sua profissão, consultor empresarial. Depois de expor brilhantemente o seu Método 4 Leis, fixou a seguinte meta para a equipe:

AUMENTAR O FATURAMENTO EM 100% ATÉ O FINAL DO ANO.

Quando olhei para a tela do Power Point e li essa frase, me segurei para não dar risada. Quem esse cara pensa que é? Estamos atravessando a pior crise da história e ele acredita que nós vamos conseguir dobrar o faturamento da entidade em menos de um ano? É um louco, ou um enganador! As empresas estão fechando as portas, as que sobrevivem estão apertando os cintos, temos milhões de desempregados, o Brasil cai pelas tabelas na avaliação de riscos — e nós vamos aumentar a nossa receita em 100%? Capaz! Se conseguirmos MANTER o faturamento no mesmo nível até o final do ano, já será uma vitória e tanto...

Minha reação imediata à primeira das 4 Leis do Fabiano foi secretamente apelidar a Meta Fundamental Global (MFB) de Mais Furada que o Brasil. Eu não disse isso aos meus colegas da época; não sou do tipo sabotador, mas decididamente não acreditava naquele objetivo. Considerava-o puro nefelibatismo.

Mas eu estava enganado. Pouco a pouco, o método do Fabiano foi mostrando bons resultados. Fabiano tinha algo que os outros não tinham: o foco nas pessoas. “A maior força que existe é a personalidade humana”, disse Goethe. Naqueles dias, tão difíceis para o nosso país, tivemos a comprovação de que os maiores ativos de uma empresa estão na personalidade, na vocação e no talento das pessoas que a integram.

Certa manhã, cheguei ao trabalho e Fabiano Zanzin nos chamou para uma reunião, na qual estariam presentes os diretores e gerentes da empresa. Naquele dia, Fabiano anunciou que a empresa, quatro meses antes do previsto, atingira e superara a meta de aumento da receita. E mais: naquele ano, foi a única empresa do setor a registrar esse tipo de crescimento no Brasil.

Vou ser franco. Senti vontade de chorar naquele momento. Um choro que, em parte, era de orgulho e alegria, pelo êxito de uma empresa à qual dediquei alguns anos de minha vida. Mas também sentia vontade de chorar de vergonha; vergonha por não ter acreditado naquele barbudinho de óculos que me ensinou a ser humilde e desprovido de preconceitos bobos. “Quem esse cara pensa que é?”, perguntei um dia. E hoje respondo: — Esse cara é meu amigo.

Parabéns pelo seu livro, Fabiano.