Imagem ilustrativa da imagem O Natal foi cancelado
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No livro “Filho da Revolução”, o autor cubano Luis Manuel Garcia narra um dos episódios mais traumáticos de sua infância passada na ilha socialista: o dia em que Fidel Castro cancelou o Natal em Cuba. Aconteceu em 1969, há exatos 50 anos. As palavras de Garcia sobre o episódio são lancinantes: “Eu e meus amigos não conseguimos entender, mas é a pura verdade. Vimos com nossos próprios olhos: Fidel fez um discurso em Havana, onde anunciou que, por causa da safra de dez milhões de toneladas, precisaremos fazer um pequeno sacrifício e adiar o Natal. Este ano não haverá Nochebuena. Fidel alega que Cuba não é mais um país religioso e não faz sentido comemorar uma festa que foi importada da Europa há gerações”.

No mundo de hoje, impossibilitados de cancelar o Natal como fez Fidel, os inimigos de Jesus Cristo tentam de todas as maneiras descaracterizar a data, transformando-a em mero evento comercial e descaradamente ocultando o principal motivo da celebração. Nos Estados Unidos, os grandes grupos de mídia cumprimentam o público com a palavra “Holidays”, e não com o tradicional “Merry Christmas”. A turma globalista proíbe toda e qualquer menção ao nome de Jesus. No Brasil, dá-se uma atenção muito maior ao personagem do Papai Noel, porém sem jamais lembrar que o Bom Velhinho é um personagem inspirado em São Nicolau de Mira, padroeiro das crianças, dos marinheiros e dos cativos, que viveu no século IV, e como arcebispo combateu duramente a heresia ariana, que ameaçou destruir a Igreja. Os arianos não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No ano de 325, São Nicolau participou do Concílio de Niceia, durante o qual, apesar de sua legendária bondade, ou talvez por causa dela, esbofeteou publicamente o heresiarca Ário, cujas teses estavam ganhando ampla aceitação entre o clero. Nicolau chegou a ser aprisionado por sua defesa intransigente da fé cristã. Diz a tradição católica que o Bom Velhinho foi visitado no cárcere pelo próprio Jesus Cristo e a Virgem Maria.

Outra forma de ofensa ao Natal — e, portanto, à fé do povo — é a produção de filmes e vídeos que ridicularizam e desrespeitam as figuras de Jesus e da Sagrada Família. Aproveitando-se do caráter tolerante dos cristãos brasileiros, pseudo-artistas, faltos de inspiração e talento, tentam provocar escândalos mostrando Jesus como um lacrador de Copacabana. A falta de imaginação moral dessa gente é assustadora; eles são simplesmente incapazes de conceber a existência de um dom como a fé, a esperança e a caridade.

A exemplo de Fidel, eles sempre vão tentar cancelar o Natal. Só há um problema: o Natal é incancelável. Vamos rezar por eles, pedir à Virgem Maria que mostre aos inimigos de Jesus o caminho do arrependimento e do perdão. E, quando estivermos em oração, não nos esqueçamos de pedir também a intercessão do Bom Velhinho — pois hoje, 6 de dezembro, é o dia de São Nicolau de Mira, o verdadeiro Papai Noel.

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