Imagem ilustrativa da imagem O Livro Vermelho da Intolerância
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“O Livro Vermelho da Intolerância — Relatos de perseguição e superação nas universidades brasileiras”. Esse é o título provisório de uma obra organizada pela historiadora Aline Loretto e os advogados Dênia Magalhães e Alexandre Leuzinger, com lançamento previsto para janeiro de 2020. O livro promete causar grande repercussão nos ambientes acadêmicos brasileiros, território ainda dominado pela ideologia esquerdista. Os organizadores reuniram 25 casos de professores que sofreram (e sofrem) com a intolerância ideológica nas universidades. Para falar sobre esse projeto ousado, Aline Loretto, que é formada pela UEL, concedeu entrevista à Avenida Paraná:

Como nasceu a ideia de fazer o livro?

A ideia do livro nasceu com os advogados Dênia Magalhães e Alexandre Leuzinger. Com a formação do movimento Docentes pela Liberdade, no final de 2018, muitos membros do grupo procuraram Dênia e Alexandre com o intuito de saber sobre as medidas jurídicas cabíveis para as perseguições que sofriam dentro das universidades simplesmente por não compactuarem com as ideias de esquerda. Foi nesse momento que os advogados, ao pesquisarem a literatura sobre o assunto, perceberam que ela praticamente não existia, ou seja, existe um silenciamento sobre perseguições ideológicas dentro da universidade. Diante desse fato, eles me procuraram com a proposta de organizar um livro com relatos de professores que foram perseguidos.

Qual foi o critério adotado para selecionar as histórias do livro?

No momento, o livro já conta com 25 relatos. A escolha dos relatos busca contemplar a forma de ação da esquerda dentro da universidade contra aqueles que ousam ir contra a sua ideologia. Durante muito tempo, falou-se que a universidade é o local de reprodução da ideologia dominante. O que não nos disseram é que a ideologia dominante era a ideologia esquerdista. E aqueles professores que ousaram ir contra a esquerda sofreram uma série de retaliações.

Fale sobre as histórias de perseguição ideológica que mais a surpreenderam.

Um dos relatos que estará no livro é do professor Ricardo da Costa que após um assédio moral indescritível, diário, sofreu em dezembro de 2007 um acidente vascular tronco-cerebral. A esquerda universitária fez uma festa para comemorar seu AVC e postou isso nas redes sociais. Ricardo comeu o pão que o dia amassou, escarrou, defecou. Recebeu a extrema-unção e entregou sua vida nas mãos de Deus. Hoje não apenas se recuperou do AVC como é um dos grandes pesquisadores do País. Outros docentes foram obrigados a criar máscaras sociais com o intuito de manter sua integridade, sobreviver no ambiente universitário e não ser julgados pelos tribunais de exceção que se instauraram nas universidades.

Os professores perseguidos estão procurando a Justiça?

Muitos dos casos que estão no livro ainda estão em fase judicial. Quase todos os perseguidos procuraram a Justiça, por isso a maioria optou por escrever sob a forma de pseudônimo.

Vocês têm uma ideia do efeito que a publicação do livro poderá causar nos meios acadêmicos brasileiros?

A previsão de lançamento do livro é para o mês de janeiro de 2020 e esperamos que o público acadêmico e a sociedade como um todo reflita acerca da seguinte questão: a universidade brasileira é hoje um lugar plural, onde todas as pessoas podem dizer o que pensam?

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