Quando fiz a crônica publicada ontem — “Dificuldades de uma caloura de direita” — ainda não tinha todas as informações sobre o caso real de intolerância ideológica registrado na UEL. Ao escrever o texto, eu ainda não sabia, por exemplo, que a caloura mencionada não é de Londrina, mas de uma pequena cidade do interior paranaense, com 3 mil habitantes. Não sabia que a jovem foi aprovada dentro da chamada “cota social”, destinada a estudantes de escolas públicas (na minha opinião, a única cota que deveria existir).

Imagem ilustrativa da imagem É proibido ser de direita
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Eu também não havia tomado conhecimento de todos os termos e frases usados contra a jovem, numa clara tentativa de linchamento virtual. A pobre moça foi chamada de “fascistinha cotista”; disseram que ela teria dificuldades em participar de projetos acadêmicos; informaram que ela seria perseguida e hostilizada em festas e outros eventos da comunidade universitária; e, por fim, pela voz de uma veterana do curso, foi ameaçada de morte:

“Bolsolixo a gente cuida tacando fogo”.

Mais tarde, quando questionada por outros veteranos, a agressora reiterou sua afirmação:

“Ok gente eu xinguei mesmo, falei que tacaria fogo mesmo porque é a minha verdade. E é o que eu penso dela mesmo.”

Não pense, amigo leitor, que esse é um caso isolado na universidade. Há cerca de um ano, este cronista de sete leitores e membros do projeto Casa da Tolerância tiveram uma reunião com o reitor da UEL para denunciar casos de ameaças e abusos ideológicos cometidos na recepção aos calouros da Universidade. Ganhou destaque, na época, o cartaz “Entrem, historiadores, vamos bater em fascistas!”, no curso de História. Menos de dois meses depois, uma horda de fanáticos salivantes tentou impedir a exibição do filme “1964” no campus e hostilizou os 90 cidadãos que viram o documentário. Este cronista estava lá, viu com os próprios olhos e ainda disse a um militante enfurecido: “O filme é CONTRA A DITADURA, rapaz!”

E o que fez a reitoria? Dizer “nada” seria impreciso. Na verdade, a administração ordenou que o nome “UEL” fosse retirado do projeto de extensão coordenado pelo professor Gabriel Giannattasio: assim, de “UEL, A Casa da Tolerância”, o projeto virou “WELL, A Casa da Tolerância”. Agora entendemos por quê. Well done.

De todo esse episódio lamentável, que está longe de ser um caso isolado, e agora deve ganhar repercussão nacional, resta uma certeza: na UEL e outros ambientes controlados pela militância socialista, é proibido ser de direita. Quer dizer, você pode até ser conservador, desde que o faça no escuro do seu quarto, longe dos olhos do público. Se você postar um meme ou um vídeo que desagrade os companheiros, está lascado. Seja igual à esquerda, ou enfrente as consequências.