Desde a década de 1990, os países mais desenvolvidos vêm passando por um processo de envelhecimento populacional. No Brasil, a mudança começou mais recentemente e um levantamento divulgado esta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a chegada a essa nova ordem populacional será rápida. Segundo o instituto de pesquisa, o percentual de pessoas acima dos 65 anos deve chegar a 25,5% da população em quatro décadas. Ou seja, um quarto da população será idosa até 2060. O número é indicativo de bom desenvolvimento do país e de qualidade de vida. Mas, estará o Brasil preparado para resolver os problemas que surgirão com essa nova realidade, decorrente principalmente da queda na taxa de fecundidade? Entre esses problemas, um dos mais impactantes será a sobrecarga no sistema previdenciário e na saúde pública, além da falta de planejamento das famílias e do poder público para garantir os cuidados com os idosos.
Hoje, o percentual de pessoas acima dos 65 anos é de pouco mais de 9% no Brasil. No Paraná, a predominância de idosos na população irá ocorrer em 2036, um pouco antes do que a média nacional. No Rio Grande do Sul, em 2029, e Rio de Janeiro e Minas Gerais, em 2033. Lembrando que enquanto o número de idosos seguirá em expansão, a taxa de fecundidade deverá continuar caindo no Brasil. Atualmente é de 1,77 filho para cada mulher. Pela projeção do IBGE, irá cair para 1,66 em 2060. A idade média em que as mulheres têm filhos também deve aumentar de 27,2 anos atualmente para 28,8 anos em 2060.
É fato que os governos já estão definindo estratégias para se adaptar a essa nova composição da sociedade, mas pouca coisa está sendo colocada em prática. Uma maior atenção e projetos precisam ser direcionados aos setores da saúde e assistência social. O processo de envelhecimento da população brasileira é irreversível e o impacto dessa nova realidade já está batendo à porta. Se até mesmo países em melhores situações socioeconômicas têm dificuldades em se adaptar, o que dizer do Brasil? O desafio, por aqui, será bem maior.