A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (4) uma medida provisória que vai subsidiar o diesel fóssil até o final do ano. A matéria, que ainda passará pelo Senado, autoriza o governo federal a dar subsídio de R$ 0,30 em cada litro de diesel com o intuito de abaixar o preço nos postos de gasolina. O custo dessa medida, que foi alinhada após a greve dos caminhoneiros em maio, será de R$ 9,5 bilhões. A aprovação da subvenção acontece logo após o surgimento do rumor de uma nova greve dos caminhoneiros que aconteceria depois do feriado da Independência. Rumor que pode ser boato e já é alvo de uma investigação da PF (Polícia Federal).

As mensagens dando conta da suposta paralisação dos motoristas de caminhão em setembro circularam via WhatsApp na madrugada de segunda-feira (3), levando o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a determinar imediata investigação. A autoria é atribuída a uma entidade chamada União dos Caminhoneiros do Brasil.

Entidades que representam oficialmente a categoria, como a Associação Brasileira dos Caminhoneiros, rapidamente desmentiram a informação dizendo que são áudios antigos (do fim de maio). Para o Ministério da Segurança Pública, as mensagens configuram crime contra a economia popular. Uma notícia falsa como essa pode representar um grave fator de desestabilização e levar à desordem pública. Em alguns Estados, postos de combustível registraram filas de motoristas preocupados com os boatos. A punição para quem comete crime contra a economia popular e fere o Código de Defesa do Consumidor é de detenção de quatro anos e nove meses até 18 anos mais pagamento de multa.

O caos e os prejuízos causados pela greve de maio ainda estão vivos na memória - e no bolso - dos brasileiros. É compreensível que qualquer rumor sobre uma nova paralisação provoque insegurança e desestabilização. Pesquisa divulgada recentemente com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostrou que a greve de maio afetou todos os setores da economia brasileira. Indústria e varejo foram altamente afetados, assim como os indicadores de confiança medidos pela Fundação Getúlio Vargas. Fala-se em um impacto de R$ 15 bilhões para o País. Um estrago tão grande que não se pode repetir nem de brincadeira (de mau gosto).