O comércio tem uma relação direta com todo o processo da evolução humana. As trocas de mercadorias abriram caminho para o diálogo e para o entendimento. Os ganhos civilizatórios foram mais efetivos quando a liberdade comercial se aprofundou e as riquezas circularam mais livremente.

Vivemos um tempo no qual as relações de quem compra e de quem vende são diretamente afetadas por uma revolução tecnológica sem precedentes.

Um volume incalculável de produtos e serviços é oferecido em tempo integral ao mercado, sem fronteiras e sem intermediários. As transações são fechadas com toques sutis em mouses ou na tela do celular. É tudo muito sofisticado e muito simples, dependendo do ponto de vista. O certo é que ainda estamos concentrados em assimilar tantas transformações.

Mas além da escalada tecnológica, vivemos uma era onde o comportamento do consumidor é rigorosamente estudado. Nunca antes na história do comércio, os produtos e serviços foram tão moldados pelos próprios consumidores.

Por tudo isso, ser um varejista nos dias de hoje é um grande desafio e um exercício fascinante de observação do comportamento humano.

Ser um líder empresarial, de alguma maneira, exige um olhar nas duas direções. E, nesta perspectiva, eu diria que o respeito mútuo tem prevalecido na grande maioria das transações. Mas é evidente que precisamos continuar nos empenhando para preservar o bem-estar das duas partes. No balcão, como de resto em qualquer tipo de relação humana, todas as regras devem ser respeitadas.

Este 15 de março, data escolhida internacionalmente para celebrar o Dia do Consumidor, é uma oportunidade de reflexão mas também uma oportunidade de aproximação entre o lojista e o cliente.

No mundo todo, a data se torna cada vez mais popular, uma espécie de segunda black friday. Da mesma maneira que a data festiva de novembro, o 15 de março começou a conquistar o mercado a partir do e-commerce e já mobiliza as lojas físicas em várias cidades importantes do mundo.

A Acil acredita que a mobilização em torno desta data é mais uma ocasião oportuna para lançar produtos, fidelizar clientes, queimar estoques e transmitir os valores da marca. Melhor ainda que seja em um mês sem muita tradição de vendas aquecidas. Por sua vez, o consumidor pode adquirir produtos e serviços a preços e condições muito especiais.

A movimentação do comércio em datas específicas é salutar para a cidade. Além de estimular investimentos, garantir empregos, gerar renda e divisas tributárias, estas ocasiões são capazes de provocar uma sinergia nos espaços de convívio dos moradores. Com ruas e praças mais frequentadas, a cidade tem mais consciência dos problemas e das suas consequências.

De alguma maneira, a tomada do espaço público gera o debate sobre iluminação artificial, a qualidade das calçadas, a fluidez do trânsito, o policiamento e muitos outros temas. Circular pela cidade desperta a cidadania.

O varejo nunca pode esquecer sua verdadeira missão, que é satisfazer o consumidor com bons produtos e preços acessíveis. E que eles sejam cada vez mais exigentes e mais conscientes da importância das relações comerciais mais triviais na vida econômica de uma comunidade.

No próximo ano, a Acil planeja engajar os comerciantes para fazer ações marcantes alusivas à data. E reforçar os vínculos que transformam lojistas e clientes em eternos parceiros na defesa da liberdade econômica e do bem-estar da cidade.



Fernando Moraes, presidente da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina)