Os números do CAGED, divulgados na última quarta-feira (23) mostram que a economia londrinense gerou um saldo positivo de 9.203 postos de trabalho com carteira assinada entre janeiro e novembro.

Foi o recorde na geração de empregos em um único ano, compensando as perdas ocorridas em 2020 que encerrou com saldo negativo de 2.677 postos, sendo que em junho atingia o auge do desemprego com 6.604 postos de trabalho formal fechados.

Um crescimento do PIB em 2,5%, que consideraríamos aceitável, geraria próximo a 3.840 postos de trabalho, ou seja, Londrina compensou as perdas do ano passado e cresceu de forma vigorosa em 2021.

Estes dados sinalizam qual deve ser a estratégia futura. Não há nada de inédito nos argumentos aqui apresentados, unicamente reforçam um posicionamento.

Quem está trabalhando...

Londrina encerrou novembro com 153.806 postos de trabalho com carteira assinada, segundo o CAGED, para uma População Economicamente Ativa – PEA estimada em 271.731 pessoas, ou 56,6% do total da população entre 15 e 65 anos.

..., em que setores ...

Deste total, um pouco mais da metade (51,6%) trabalha no setor de Serviços; o Comercio emprega outras 28,9% a Industria 13,6%, Construção Civil 5,2% e a Agricultura completa absorvendo 0,7% dos empregos com carteira assinada.

... e em que momento

Até o meio do ano, quem gerou empregos com carteira assinada foram a Industria e a Construção Civil, que juntas responderam por 53,6% dos empregos criados a despeito de representarem somente 18,8% do total.

Não parece haver dúvida...

Está claro que os setores de transformação foram a mola propulsora da recuperação econômica da cidade na medida que geraram emprego e renda, alavancando, por conseguinte, o Comércio e a Prestação de Serviços.

... da necessidade de dinheiro novo...

Centrando a atenção na Industria, percebe-se que sua capacidade de reestruturar a economia depois de momentos de crise está no fato dela trazer dinheiro de fora. Ela utiliza e paga por fatores de produção locais, mas vende para outros mercados, injetando dinheiro novo onde está alocada.

... para dinamizar a economia

Isto é fundamental no processo de recuperação, pois se fechada em si mesma a economia tende a retroalimentar a perda de dinamismo – menos renda que gera menos empregos, que gera menos consumo, que gera menos renda que gera menos emprego e assim em um ciclo vicioso.

E o Turismo faz o mesmo...

A mesma característica de dinamizar a economia está presente no Turismo. Mas em vez de vendermos lá fora, o turismo traz o visitante para gastar aqui, em hotéis, restaurantes, clínicas, negócios, passeios, atividades hedônicas e culturais.

... ajudando a puxar a economia...

Deixando um pouco de lado a definição clássica dos setores de produção podemos nos valer de uma taxonomia que separa os setores em dois: os que puxam e os que empurram. Turismo e indústria a puxam, trazendo dinheiro novo e Comercio Serviços e Construção Civil empurram, fazendo esse dinheiro circular.

... gerando e distribuindo renda

A Industria de Transformação e o Turismo são segmentos de cadeia de valor longas, permitindo criar empregos em todos os estratos profissionais com disseminação da riqueza criada.

Onde precisamos chegar

Atualmente Industria e Turismo juntas não alcançam 18% de nosso PIB, mas precisam representar entre 30% e 35%, para que esta equação fique equilibrada. Esta é a tarefa para os próximos anos.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.

Este colunista estará em férias no mês de janeiro. A coluna retorna na primeira semana de fevereiro