O presidente eleito assume seu mandato a partir de 1º de janeiro de 2023, E precisa se antecipar e tomar pé da situação atual para realizar esta transição dando mais clareza aos rumos que serão adotados assim que transferida a faixa presidencial.

E foi falando para aliados e integrantes da equipe responsável pela transição na quinta-feira (10), que Lula afirmou que o país não deve concentrar o debate econômico em temas como a estabilidade fiscal e sim, aumentar gastos em programas sociais.

Tais declarações causaram perplexidade no mercado, levando a bolsa a cair e o dólar a disparar. É importante entendermos as causas de tal reação.

Uma retórica eloquente...

Em seu pronunciamento Lula questiona a razão das pessoas serem levadas ao sofrimento por conta de garantir a ‘tal da estabilidade fiscal’; A razões da necessidade em promover corte de gastos ou por que buscar superávit nas contas públicas quando a preocupação deveria ser com o social.

... que leva incautos ao engano

Parece claro neste discurso que a busca do equilíbrio fiscal nas contas nacionais é absolutamente antagônica às políticas sociais que o governo deve promover. Absolutamente nada mais equivocado.

Dinheiro não cai do céu...

Os recursos do governo têm sua origem na captura de parte de tudo o que é produzido no país, por meio dos impostos. Esse dinheiro é utilizado para sustentar a máquina pública, o investimento em educação, segurança, políticas sociais etc.

... e gasto maior exige financiamento...

Quando este montante não é suficiente para cobrir todos os gastos, está caracterizado um desequilíbrio fiscal, com as contas sendo maiores que a arrecadação. Tal situação leva o governo a tomar dinheiro emprestado para cobrir a diferença.

... que cobra pagamento de juros

Quanto mais o governo se financia por meio de dívidas sem equilíbrio fiscal, há menos segurança de que ele será capaz de rolar estas dívidas. Isso motiva os agentes econômicos a exigir garantias ou juros maiores em troca de financiamento. E claro, mais juros pressionam para o alto a dívida pública.

Não dá para imprimir dinheiro...

Há quem pense que em vez do governo tomar dinheiro emprestado bastaria imprimi-lo já que é dono da ‘máquina que faz dinheiro’. Faltaria espaço na coluna para tentar explicar o tamanho desta ingenuidade.

... ou baixar juros na marra...

Também ingênuo é quem pensa que a redução nas taxas de juros poderia ser imposta pelo Banco Central. Simplesmente seria ineficaz porque se os juros não cobrirem os riscos assumidos por quem empresta, este simplesmente não empresta.

... ou crer em toque de Midas

Some-se a este leque de ideias ‘no sense’ a crença de que a economia seria reativada simplesmente aumentando os gastos do governo. É engordar o neném achando que o berço vai aumentar.

Por que a bolsa cai...

As empresas ganham dinheiro produzindo mais e com mais eficiência. Se a inflação corrói o poder de compra, não há motivo para aumentar a produção, e se os juros estão altos, investir em eficiência sairá mais caro. Se as empresas não vão ganhar dinheiro, perde-se a razão de investir nelas e suas ações caem.

... e o dólar dispara

Se o investidor deixou de colocar seu dinheiro nas empresas, ele precisará investir em outro ativo mais seguro. Correm então para o dólar que dispara e potencializa mais ainda a inflação.

Resumo: falta de responsabilidade fiscal...

O governo ao não projetar equilíbrio fiscal gera incertezas no mercado, que deixa de investir na produção, afeta o câmbio, pressiona a inflação, eleva mais ainda os juros, e adeus empregos.

... é contrário a políticas sociais

Política social se faz dando as condições da economia investir na produção e por consequência, gerar emprego e renda a todos. E o caminho é ter um Estado que caiba dentro de nossa Economia. O inverso não é verdadeiro.

E como disse a economista Elena Landau apoiadora da candidatura Lula “É preocupante a ideia de que não se aprendeu nada com o que aconteceu desde o segundo governo Lula e principalmente no governo Dilma”.