Lideranças de mais de 40 países, convocados pelo governo americano, iniciaram na última quinta-feira (22) os dois dias da Cúpula de Líderes sobre o Clima, marcando a volta dos EUA nas discussões internacionais sobre o clima, interrompidas durante a gestão de Donald Trump quando se retirou do Acordo de Paris.

Destaco aqui como diretrizes focadas no meio ambiente abrem oportunidades econômicas e de novos empregos que podem ser gerados com as mudanças necessárias em todos os setores para adaptar o mundo à nova realidade climática.

A COVID-19 chamou a atenção ...

Muitos analistas apontam que a pandemia expôs com clareza única que eventos climáticos extremos e crises sanitárias serão cada vez mais frequentes e ambas estão diretamente relacionadas a degradação ambiental e elevação dos níveis de carbono na atmosfera.

... para a urgência de soluções conjuntas.

Estes fenômenos não respeitam as fronteiras nacionais e exigirão cada vez mais a cooperação internacional na busca por reduzir nossa exposição climática e minimizar as consequências dos abusos que foram cometidos.

O compromisso dos ricos ...

O presidente americano Joe Biden, anunciou que os EUA irão cortar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, no que foi seguido pelos representantes da União Europeia, do Japão e do Canadá que também afirmaram que irão reduzir suas emissões pela metade nos próximos 9 anos.

... e dos emergentes...

A China, embora não se comprometendo com o mesmo nível de redução de suas emissões, afirmou que quer trabalhar com os EUA na agenda climática e pretende sair do pico de emissões de carbono para atingir a neutralidade antes de 2060. O Brasil, por sua vez se compromete a buscar a neutralidade climática até 2050 e eliminar o desmatamento ilegal até 2030.

... exigirá investimentos em pesquisa ...

Nesta mesma cúpula, o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Sr. Faith Birol, afirmou que mais da metade das tecnologias necessárias para alcançar tais metas de redução de carbono terão que vir de tecnologias que ainda estão sendo desenvolvidas, o que vai demandar enormes esforços de inovação.

... e adoção das novas tecnologias.

Será preciso transformar completamente nosso sistema energético de matriz baseada em combustíveis fósseis para uma matriz com base em energia renovável. A agricultura, por sua vez, deverá implantar tecnologia de ponta para transformar o solo na próxima fronteira em inovação de carbono.

O cenário se descortina...

O nível de comprometimento para lutar contra a mudança climática nunca foi tão alto, e exigirá dar um salto em relação a pesquisas com hidrogênio, baterias e novas tecnologias de captura de carbono.

... e Londrina deve aproveitar.

Nossa cidade tem todos os atributos para se alinhar a estas oportunidades, tanto com a criação de startups com foco no desenvolvimento de tecnologias ambientalmente preservacionistas como pelo fomento e atração de Empresas de Base Tecnológica alinhadas com a atendimento desta demanda mundial.

É bom lá ... e é bom aqui.

“Quando investimos em resiliência climática e infraestrutura, criamos oportunidades para todos. Isso está no cerne do nosso plano de empregos que propus aqui nos EUA”, disse Biden em seu discurso na Cúpula do Clima. Seguir essa mesma lógica em nosso ambiente local é uma decisão inteligente.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor na UTFPR. Escreve às segundas-feiras.

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