Conferência realizada em 19/03 na FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo -, reuniu pesquisadores e empresários para discutir a temática ‘Colaboração Universidade-Empresa’ e mostrou uma significativa evolução nesta relação nos últimos 10 anos.

No entanto, apontam também que há uma série de obstáculos a serem superados para que esta parceria seja de fato um suporte significativo no desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços no país.

Bernardo Gradin, CEO e fundador da Granbio, um dos presentes na conferência, reconhece que a melhoria nesta integração, mas afirma que “o resto do mundo melhorou muito mais e mais rapidamente; lá inovação é uma piscina de borda infinita”.

No Paraná, há vários programas que buscam promover uma integração maior entre a demanda das empresas e o conhecimento acadêmico. Chamo a atenção para um dos programas da UTFPR, o MEI-U.

Empresas investindo pouco ...

Um dos pontos levantados pelos debatedores é que muitas empresas consideram que os únicos lugares da pesquisa são as universidades e os institutos de pesquisa governamentais, quando na realidade é a empresa que deve ser o local mais relevante da atividade de inovação empregando pesquisadores, afirma Carlos Cruz, ex-diretor científico da FAPESP.

..., a academia em desalinho...

Cleiton Silva da Embraer, por sua vez, pondera que a formação tradicional, dentro das universidades, organiza o conhecimento por disciplinas, mas a realidade da indústria apresenta problemas que não podem ser resolvidos por uma disciplina ou por várias disciplinas não integradas. Exigem a participação de equipes multidisciplinares.

... e baixa procura do setor produtivo ...

Na avaliação de Fernanda De Negri, diretora de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a busca das empresas pelo conhecimento gerado nas universidades ainda é insuficiente e na comparação com outros países, o Brasil ocupa posição pouco significativa.

... explicam nosso atraso.

Para vencer estes obstáculos e criar um ambiente propício à inovação, é necessário um esforço conjunto entre governo, universidades e empresas para estabelecer políticas, programas e incentivos que promovam a colaboração e a transferência de conhecimento, visando impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico do país.

A UTFPR no caminho certo...

No sentido de superar parte destes desafios, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR -, implementou uma metodologia desenvolvida pelos professores Rui Tadashi Yoshino e Joseane Pontes, do campus Ponta Grossa, denominado MEI-U, acrônimo para Methodology Educational Innovative UTFPR.

... apoiando a interdisciplinaridade ...

Esta metodologia prevê a oferta de uma disciplina específica com o envolvimento de alunos de diferentes cursos com o objetivo de desenvolver testes e protótipos conceituais baseados nos problemas apresentados pela empresa.

... a partir de um problema real...

O problema apresentado pela empresa deve ter o escopo de desenvolvimento em 1 semestre letivo e ela deve disponibilizar as informações necessárias para o desenvolvimento do projeto além de ter um responsável que atuará na interface universidade/empresa.

... e dupla seleção.

O grupo de alunos que participa de cada projeto é selecionado a partir de um edital aberto a todos e buscará aqueles que tem perfil mais adequado para cada projeto e os projetos também são selecionados considerando a real capacidade de encontrar a solução ao problema.

Algumas participantes...

Este programa foi implementado em Londrina no segundo semestre de 2021 e já participaram ou participam empresas como Hidronlubz, Perfmax, Wittur, Indusbello, Metal Solution, Pado, Injetus e Plic Imobiliário.

... e para quem quer participar.

Em Londrina, a coordenação do programa está sob responsabilidade dos professores Marcio Florian e Érico Guerreiro e informações podem ser solicitadas pelo e-mail: [email protected] ou visite o site https://www.utfpr.edu.br/noticias/londrina/mei-u-9.

Integração Universidade-Empresa é o caminho para o desenvolvimento seguro de inovações capazes de revolucionar.

Dr. Marcos J. G. Rambalducci, Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.