O Núcleo de Pesquisa Econômicas Aplicadas da UTFPR- NuPEA, realiza mensalmente a pesquisa de preços dos itens que compõem a cesta básica de alimentos na cidade de Londrina.

Imagem ilustrativa da imagem Cesta básica renova recorde pela 2º vez seguida em Londrina
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Com uma série histórica de mais de 20 anos, iniciada pelo economista Flavio de Oliveira Santos, possivelmente seja a pesquisa continuada, com foco na inflação dos alimentos, mais longeva em uma cidade do interior.

Sua proposta é a de retratar a evolução dos preços dos alimentos que compõe a ração mínima para sustentar um adulto durante um mês comparando seu valor com o salário-mínimo vigente.

No último dia do mês ...

O levantamento dos preços é realizado em 11 unidades de distintas redes supermercadistas que atuam em Londrina, sempre no último dia de cada mês, considerando os 13 produtos que compõe a cesta básica nacional.

..., nos quatro cantos e o centro...

As unidades são selecionadas contemplando os quatro pontos cardeais e mais o centro da cidade, sem repetição de qualquer unidade pertencente a uma mesma rede de supermercados, garantindo uma amostragem a mais fidedigna possível.

... e sem distinção de marcas

A pesquisa não faz diferenciação de marca, mas o produto deve trazer as mesmas especificações e embaladas com a mesma porção.

O maior valor já alcançado...

A média obtida na pesquisa mostrou que a cesta básica em Londrina teve uma elevação de 7,1% entre fevereiro e março, atingindo o preço médio de R$ 620,76.

... com diferenças de até 28% ...

O supermercado com a cesta básica mais barata ficou em R$ 537,29, enquanto o de maior preço bateu os R$ 686,64. Uma diferença entre o menor e o maior preço de 27,8%, mostrando que pesquisa de preços é fundamental.

... e inflação acumulada de 23% no ano

No dia 1º de janeiro a cesta básica em Londrina poderia ser adquirida na média a R$ 506,13 o que significa que nestes 90 dias o preço médio dela subiu em 22,65%. A alta foi de 6,2% em janeiro, em fevereiro de 7,8% e agora alta de 7,1%.

O S.M. nunca comprou tão pouco...

Em termos de poder de compra do Salário-Mínimo, hoje a R$ 1.210,00, este permite adquirir 1,95 cestas básicas. Um trabalhador com este salário, dedica 113 horas da jornada de trabalho (51,3%) para adquirir uma única cesta. É a pior relação dos último 15 anos.

..., em situação oposta a set/2017

Para fins de comparação, o recorde de número de cestas básicas que o Salário-Mínimo pôde adquirir ocorreu em setembro de 2017 quando permitia comprar 3,2 cestas.

Os governos precisam agir ...

Esta situação inflacionária, especialmente nos alimentos, aflige todos os países do globo e os Bancos Centrais estão subindo seus juros para tentar conter esta onda.

... e em conjunto

É fundamental que o equilíbrio entre oferta e demanda seja buscado por todas as economias. Não adianta o Banco Central do Brasil tentar estancar um vazamento aqui, se a água brota de todos os lados.

E nós, o que podemos fazer?

Além da pesquisa de preços, da compra dos produtos de época, da redução das idas ao supermercado, da racionalização no consumo, é preciso ficar atento à forma de comprar.

Delivery pode ser uma boa

Pesquisa realizada também pelo NuPEA, aponta que a cesta básica, quando adquirida pelo sistema de delivery (entrega em casa), se não houver a cobrança da entrega, fica em média R$ 4 mais caro. Vale a pena colocar na ponta do lápis e conferir.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras.