Londrina e região precisam discutir formas de promoção de uma corrente de comércio internacional mais intensa.

Debates desta natureza estão sendo promovidos sim, e aproveito a coluna de hoje para escrever um ‘spoiler’ do meu entendimento sobre o assunto.

Razões para fomentar o COMEX ...

Não faltam estudos que mostram a relação de causalidade bidirecional entre comércio internacional e crescimento econômico. Sua ampliação está diretamente relacionada a geração de empregos, a adoção de novas tecnologias e, consequentemente, a elevação da renda da população.

... onde participamos pouco ...

Em todo 2021 Londrina contou somente 122 empresas que exportaram e nos primeiros 5 meses deste ano os produtos agrícolas (café, soja, milho e cana) e seus derivados responderam por 74,1% do total exportado.

... e não agregamos suficiente valor.

Absolutamente nada contra exportar commodities, mas é preciso fazer com que a participação da indústria manufatureira se faça mais presente entre os produtos canalizados para o mercado internacional, pois é excelente procedimento de criação de valor.

O que é valor, ...

Valor é a diferença entre os custos de produção e o preço que o mercado está disposto a pagar. Valor é criado quando se embarca inovação no processo ou no produto que será disponibilizado ao mercado.

... e como se cria valor.

A manufatura industrial é um agente natural de criação de valor por inovação tecnológica, pois ao produzir em escala, pequenas vantagens são replicadas milhares de vezes. E a indústria é, por excelência, um processo de cadeia longa, ou seja, precisa de muitas outras empresas trabalhando para servi-la, tanto a montante quanto a jusante, garantindo a dispersão do valor criado.

Valendo-se da estratégia de atrair ...

Para robustecer a indústria aqui instalada, tenho defendido a estratégia de atrair 4 Indústrias de Base Tecnológica de nível mundial para nossa cidade: de robôs industriais, de drones agrícolas, de células fotovoltaicas e de veículos elétricos de última milha.

... e desenvolver setores específicos...

Uma quinta, que incorporei recentemente é a defesa da atração e desenvolvimento de foodtechs – empresas que utilizam ideias inovadoras e disruptivas para transformar a forma como os alimentos são produzidos, distribuídos e consumidos.

... para acelerar este processo.

Não há espaço na coluna para explorar as razões de especificamente estas, mas elas seriam catalizadoras de nossas melhores competências e contam também com um mercado nacional para seus produtos que não encontrarão em outros países.

É preciso preparar o modal logístico...

O projeto Cidade Tecnológica de Londrina, com seus 370 hectares, equivalente a uma área de 3 Km de frente e 1,2 km de largura cai como uma luva para esta estratégia, precisando contar com um ramal ferroviário e um anel rodoviário para o trânsito de matéria prima e produtos acabados.

... e consultar as empresas ...

É preciso também buscar informações junto as potenciais empresas que nos interessam, sobre o que precisam para vir para cá para, e uma vez atendidas as condições principais, abrir um edital de concorrência em âmbito internacional.

Temos qualidade de vida, ecossistema inovador ...

Desafio a me apontarem outra cidade que conta com uma qualidade de vida acima da média, que abrigue a quantidade e qualidade das universidades que temos e um ecossistema de inovação absolutamente integrado.

... e posição geografia estratégica.

Londrina está em uma posição geográfica estratégica – suficientemente próximo dos mercados consumidores e suficientemente distante do caos das grandes metrópoles.

Marcos J. G. Rambalducci - Economista, é Professor da UTFPR. Escreve às segundas-feiras

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A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.